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Enviada em: 21/08/2017

No limiar do século XXI, há uma intensificação do culto ao corpo, onde os indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a estética. Nesse contexto, com o advindo do capitalismo, em uma sociedade que "vende" modelos inatingíveis de perfeição - como cirurgias plásticas, géis e cremes redutores de imperfeições e medicamentos que inibem o apetite - é indubitável que ocorram danos, deixando sequelas físicas e psicológicas àqueles que se submetem.    O esteriótipo ideal advém de diversos precedentes, estando entre eles a massificação dos meios midiáticos. Segundo Pierre Bourdieu, aquilo que foi criado para se tornar instrumento de democracia direta não deve ser convertida em mecanismo de opressão simbólica. Depreende-se, portanto, que a mídia serve como forte instrumento de manipulação, em que há o estímulo à vaidade excessiva e consequentemente ao consumo desenfreado. Diante disso, a imagem do "corpo perfeito", propagada pela mesma - a exemplo, principalmente, da valorização de modelos magras, altas e loiras em oposição ao escárnio sofrido pelos obesos - funciona como forte mecanismo alienador que reprime e exclui aqueles não padronizados.    Outrossim, é válido salientar que, em meio aos padrões estéticos, a busca excessiva pela adequação corporal pode estimular Transtornos Alimentares - como anorexia e bulimia - devendo ser tratados como saúde pública, porém, não obstante, os portadores dos transtornos preferem muitas vezes resistir ao tratamento, dando lugar a sérias e danosas consequências à saúde das vítimas.    Portanto, faz-se necessário a adoção de medidas que conscientize e estimule a aceitação de díspares identidades. Nesse sentido, são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade: Estado, comunidade e mídia. Ao Estado, em nome do Ministério da Educação, cabe a criação de um programa escolar nacional que vise contemplar as as diferenças individuais e o respeito a elas, o que deve ocorrer mediante palestras e peças teatrais que abordem essa temática. A comunidade, deve orientar-se acerca dos padrões segregadores e suas consequências sociais, tendo como norte a minimização a longo prazo. A mídia, por seu caráter estimulador e referencial, deve apelar para propagandas conscientizadoras da multiplicidade de identidades corporais, além da integração dos mesmo, enaltecendo as diferentes belezas, em papéis, outrora ocupados pelos padrões, em novelas, propagandas de cosméticos e filmes. Assim, com a ação conjunta, poder-se-á afirmar o Estado Democrático de Direito.