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Enviada em: 16/08/2017

A indústria da beleza.      Em decorrência da massificação dos meios de comunicação ocorridas a partir de 1980, é constante, na sociedade contemporânea, uma busca, exagerada, pelo corpo ideal. De fato, é imprescindível que as pessoas tenham uma maior preocupação com a saúde corpórea. No entanto, o excesso pela busca de uma melhor aparência física tem trazido problemas para a sociedade e influenciado, de forma negativa, na saúde humana.      Não obstante Pierre Bourdieu, sociólogo francês, afirmou que a linguagem corporal é marcada pela distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural e forma de apresentação, como o vestuário, higiene, cuidados com a beleza, como os mais importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos. Seguindo essa perspectiva, é notório que a busca da padronização de beleza passou dos limites, do que antes era dito ser apenas uma busca por uma melhor saúde. Tal fato, foi impulsionado pelas mídias e as indústrias de beleza que lucram, gradativamente, com a busca pelo corpo perfeito. Não por acaso, que a partir da década de 80, surgiram as duas maiores revistas voltadas ao tema: "Boa Forma e Corpo a Corpo".      Além disso, a problemática chegou num estágio mais grave a partir do momento em que as pessoas passaram a comprar medicamentos de emagrecimento rápido, sem o acompanhamento médico, como a sibutramina, e a busca por dietas da moda, nas quais têm como meta resultados imediatos. Tal fato gerou diversos transtornos alimentares para a população, como a compulsão alimentar, deficiência ou excesso nutricional. A despeito disso, muitas pessoas, que são leigas no assunto, se inspiram na dieta e no estilo de vida dos famosos, logo, querem repetir o que é feito por eles sem estarem adaptados aquela dieta ou rotina.         Por conseguinte, é indubitável que as mídias diminuam os impactos negativos gerados na padronização de beleza. Para isso, é imprescindível que suas plataformas, seja em revistas, jornais, cinemas ou novelas, garantam sempre o espaço de profissionais da saúde para alertar sobre as consequências e os limites da busca por uma melhor estética corporal. Ademais, urge que o Estado, aliado à ONGs, ampliem a publicidade sobre a padronização de beleza, por meio da internet, televisão   e "outdoors", por exemplo,  para alertar os cidadãos os riscos de se buscar, desenfreadamente, um padrão de corpo ideal, como a utilização de medicamentos sem prescrição médica e a realização das dietas da moda, para que assim seja reduzido, paulatinamente, os impactos negativos gerados pela indústria da beleza.