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Enviada em: 21/08/2017

Padrões totalitários                                                                                      Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, o modo da construção de uma linguagem corporal pode ser determinante na distinção social dos indivíduos. No entanto, apesar de intrínseca à história humana, a criação de padrões que delimitam um tipo ideal de corpo, tem se apresentado, muitas vezes, de forma intensa e ditatorial, trazendo diversas sequelas negativas para as pessoas.                                                  No período do Estado Novo, na década de 30, as atividades físicas e manutenção do corpo no Brasil ganharam outra dimensão, devido à influência de regimes totalitários, como o Nazismo, que necessitavam de corpos saudáveis e aptos para a guerra. Dessa forma, nota-se que a história exerce papel fundamental na construção de ideologias corporais, sendo estas, portanto, fatos sociais, que como os estudados por Émile Durkheim, são coercitivos, gerais e exteriores aos indivíduos. A eugenia, por exemplo, que busca criar raças superiores, baseando-se, também, na cor corporal, tem sua origem em fatos do passado, mas consequências relevantes no presente, como o racismo ainda enfrentado pelos negros.                                                                                                                                                    Ademais, de acordo com a indústria cultural analisada por Adorno e Horkheimer, para que haja lucro, faz-se necessário que padrões sejam construídos, de modo a garantir a homogeneidade entre os interesses pessoais, facilitando, assim, o atendimento das demandas de consumo. Dessa maneira, observa-se que há uma confirmação do conceito de má-fé criado por Jean Paul Sartre: renúncia da própria liberdade, para assumir um papel pronto na sociedade, pois, em muitos casos, os sujeitos se veem obrigados a seguir aquilo que lhes é imposto, e quando não o fazem, podem sofrer diversos distúrbios psicológicos e alimentares, como depressão, anorexia e bulimia.                                                     Destarte, na tentativa de buscar medidas que minimizem os efeitos ditatoriais da imposição de padrões corporais, é importante que o Ministério da Saúde eleja assistentes dessa área , em cada comunidade, para que estes sejam responsáveis pelo encaminhamento de pessoas que possuem distúrbios para um local de tratamento adequado. Além disso, deve haver palestras em escolas e Universidades sobre a importância de cada indivíduo criar o seu papel na sociedade, a fim de assumir a liberdade própria. Outrossim, é fulcral que se crie campanhas publicitárias, nos meios de comunicação, acerca da necessidade de aceitação das diferenças inerentes à cada um. Assim, por meio desses caminhos será possível construir uma sociedade capaz de lidar com tudo que a cerca conscientemente .