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Enviada em: 20/08/2017

Beleza: devem existir padrões?       A “ditadura” da moda é algo que se transforma com o passar do tempo. No século XX, Marlyn Monroe, com suas nuances mais encorpadas era o símbolo a ser seguido pelo gênero feminino. Atualmente, outros padrões são exigidos, como cintura fina, corpo com baixo índice de gordura e rosto impecável. Diante disso, a face cruel dos padrões estéticos não enxerga o lado humano e suas limitações, e muito do que vemos está relacionado com a mídia e os interesses capitalistas vigentes.      Primeiramente, vale ressaltar a relação da mídia com a imposição de modelos de beleza. A televisão, assim como a internet, emite ao público o que deve ser seguido, por meio de propagandas e programas. No caso dos padrões corporais, isso é feito por meio de estereótipos criados, em que a ideia de um corpo que segue a cartilha da mídia é traduzido como uma pessoa que conquista o sucesso social e profissional. Um exemplo disso, é o famoso evento Victoria Secret, em que modelos bem sucedidas se apresentam com seus corpos esbeltos ao mundo.         No entanto, nem todos conseguem alcançar o modelo corporal padrão ditado. Adaptando-se o conceito de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, a busca pelo corpo perfeito pode ser relacionada aos tempos líquidos em que vivemos, sendo que o imediatismo tem superado a paciência, e a constante fluidez pelo desejo da mudança é cada vez mais intensa. Dessa forma, é comum se ver o mercado de procedimentos estéticos em crescimento, pois a insatisfação com o próprio corpo, unido a pressão social do “estar bem com a saúde”, acaba pela procura de recursos que trarão resultados a curto prazo. Assim, os grandes beneficiados por essa pressão social é a indústria estética, que lucra cada vez mais.           É preciso, portanto, que se reflita sobre essa representação corporal que nos é imposta a cada dia. O primeiro passo deve ser dado pelo próprio indivíduo, sendo mais flexível consigo mesmo e libertando-se dessa visão limitada de beleza. Aceitar-se é um processo de evolução. Na esteira desse movimento, deve estar o apoio dos agentes sociais. A escola precisa levantar esses questionamentos e debater sobre os estigmas corporais, por meio de debates entre alunos, orientados por professores.  A mídia, por sua vez, deve assumir a sua responsabilidade enquanto formadora de opinião e promover uma reflexão aprofundada sobre o assunto, assim , a contratação de especialistas na área antes de expor os conteúdos, traria mudanças positivas na forma de pensar das pessoas. Quem sabe assim, a sociedade compreenda que a singularidade da beleza está justamente no seu aspecto plural.