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Enviada em: 21/08/2017

Na Grécia antiga, o culto ao corpo já era evidenciado pelos gregos, influenciando no comportamento, mentalidade e refletindo até mesmo nos deuses em que acreditavam como a Afrodite, considerada a deusa da beleza. Nesse sentido, observa-se, atualmente, uma semelhança entre os gregos e os brasileiros do século XXI, uma vez que o culto ao corpo e a padronização estética é uma marca da sociedade tupiniquim. Desse modo, basta analisar o papel da mídia na formação de um modelo corporal e as medidas desenfreadas em busca de uma maior aceitação social.     Em primeiro lugar, vale ressaltar que nas sociedades modernas há uma crescente preocupação com a forma física, impulsionada basicamente pelo processo de massificação das mídias. Isso ocorre, visto que a veiculação  de padrões de beleza mediante revistas e programas televisivos relaciona-se com a necessidade de vender um estilo de vida, tido como inalcançável por uma grande parcela da sociedade. Em consequência disso, a busca incansável por modelos estéticos desleais leva homens e mulheres a realizarem medidas irracionais para alcançarem os padrões estipulados como, o uso de anabolizantes e remédios emagrecedores. Dessa forma, atitudes desesperadas causam sequelas, muitas vezes, irreversíveis ao indivíduo pondo em risco sua saúde física e psicológica.       É fundamental pontuar, ainda, que na população a imagem corporal tem sido considerada porta de entrada para uma maior aceitação social. Nesse contexto, as pessoas que se distanciam do injusto padrão sofrem, na maioria dos casos, preconceitos, exclusões e bullying. Como, por exemplo, o caso que ocorreu em São Paulo, onde uma jovem foi reprovada em uma entrevista de emprego da loja Centauro por não possuir um perfil atlético. Em decorrência disso,  a frustração por não se enquadrar no paradigma ideal acarreta doenças que podem levar ao óbito como, anorexia, bulimia e vigorexia. Ademais, a necessidade que a sociedade impõe aos indivíduos de entrar em sintonia com padrões culturais já era relatado por Durkheim em seu pressuposto da coercitividade.       Torna-se evidente, portanto, os fatores que colaboram com o atual quadro negativo do país e a necessidade de mudanças na mentalidade do povo. Aos meios de comunicação, cabem, por meio de propagandas, desconstruir os estereótipos formados, além de apresentar outros perfis de beleza menos habituais, com propósito de diminuir a obrigação que os cidadãos sentem em atingir um padrão único e ideal. É válido, inclusive, que as escolas em parceria com a família, ensinem desde cedo aos jovens a respeitarem as diferenças e não praticarem o bullying, visando a formação de uma nação humanitária e coesa. Por fim, o Ministério da Saúde, deve promover campanhas de esclarecimento acerca dos malefícios dos transtornos alimentares, buscando reduzir os casos e estimular uma vida mais saudável.