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Enviada em: 21/08/2017

Modernidade líquida       A imagem corporal é a ideia que cada pessoa tem sobre o seu corpo e possui papel central na construção da identidade do indivíduo. O grande desafio da contemporaneidade é adaptar essa exterioridade aos padrões estéticos difundidos pela sociedade. Uma pessoa magra ou musculosa é referência de pessoa saudável? A ideia de saúde que se fortaleceu no século XX foi a cultura da boa forma e da exibição do corpo. Diante de tal perspectiva, vale analisar os fatores que constroem o cenário em questão.       Segundo a Associação Brasileira de Academias (ACAD Brasil), o mercado brasileiro de fitness teve um aumento de 400% na última década. Além das academias que investem em infraestrutura, novos formatos e opções para todos os bolsos, há um mercado que envolve ainda fabricantes de roupas, equipamentos e serviços. A culpa faz parte do cotidiano das pessoas que se rendem ao sedentarismo, afinal, com tantas possibilidades de horários e treinos específicos, não estar inserido nesse contexto chega a ser excludente.       Nas sociedades modernas há uma crescente preocupação com o corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados basicamente pelo processo de massificação das mídias. Não por acaso que nos anos 80 surgiram as duas maiores revistas brasileiras voltadas para o tema: “Boa Forma” e “Corpo a Corpo”. Segundo Nietzsche, devemos viver o equilíbrio entre o apolíneo e o dionisíaco, em outras palavras, o excesso de caos é tão quente que não consegue se sustentar por muito tempo; e o excesso de ordem é tão frio que não consegue representar a realidade de maneira efetiva.    Existem inúmeras possibilidades de escolha e o consumo de produtos que identificam um determinado estilo de vida e comportamento. Ao transformar tudo em mercadoria, a identidade também se constitui a partir da satisfação do prazer pelo consumismo. Tomando como norte a ideologia do sociólogo Zygmun Bauman, para mitigar o culto ao esteriótipo corporal são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas o Ministério da Saúde e a mídia. O Ministério da Saúde, por seu caráter orientativo deverá promover campanhas com folhetos e disponibilizar palestras em escolas e academias, a fim de conscientizar sobre os riscos de dietas, exercícios demasiados e medicamentos ministrados sem supervisão. Ademais, impulsionada pelos modelos de comportamento e beleza estereotipadas pela publicidade, a mídia deverá veicular campanhas de diversidade e respeito ao corpo sem caráter discriminatório.