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Enviada em: 22/08/2017

O modelo de produção fordista consiste na rigidez dos métodos de montagem nas indústrias, por meio da padronização. Nesse sentido, hoje, tal uniformização se disseminou pelo mundo abrangendo as mais diversas áreas, como a da estética, que buscava cada vez mais um culto ao "corpo perfeito". Diante disso, a estandardização da beleza na sociedade brasileira gera consequências negativas na formação psicossocial dos indivíduos.    Em uma primeira análise, cabe comentar que essa cultura de uniformização estética é resultado de uma grande imposição midiática. Isso acontece em virtude das constantes propagandas publicitárias que apresentam um "corpo ideal", fazendo com que, principalmente, as mulheres se tornem escravas de um sistema inalcançável. Tal fator é influenciado também pela necessidade de manutenção do consumo que se baseia na constante busca pelo novo produto da moda ou cirurgia milagrosa. Entretanto, como o mercado está sempre em progresso esse objetivo de perfeição nunca é atingido. Nesse viés, o filósofo Adam Smith afirma que o consumo é a única finalidade e propósito de toda produção, diante disso percebe-se que a indústria sempre busca a demanda e pode utilizar de métodos como o apresentado para consegui-la.    Além disso, essa padronização corporal também causa um conjunto de efeitos preocupantes na saúde dos indivíduos. Tal cenário é evidenciado quando é observado que 85% das mulheres brasileiras se sentem pressionadas a atingirem esse modelo. Essa situação ilustra, uma vez que a busca pela perfeição estética é tão almejada, a possibilidade do desencadeamento de um conjunto de problemas sérios de saúde física e psicológica, como anorexia, bulimia ou até mesmo depressão. Nesse prisma, o filósofo Nietzsche, de acordo com sua teoria do super-homem, acredita que esse ser superior seria aquele que consegue se desprender das "muletas" sociais, como a desse culto a uniformização; diante disso é importante que as pessoas consigam se aproximar - no viés dos padrões de beleza - do indivíduo previsto pelo pensador.    Torna-se evidente, portanto, que estandardização da estética gera problemas para a sociedade. Dessa maneira, é importante que o Poder Legislativo crie leis que diminuam a imposição do corpo ideal na mídia, por meio da inclusão de modelos diversas, abrangendo outros traços que compõe o Brasil, além do padrão convencional. Outra medida necessária é que psicólogos em conjunto com ONGs se mobilizem para ajudar aqueles que sofrem distúrbios causados pela indústria da moda, por intermédio da criação de anúncios em redes sociais que influenciem as pessoas a buscarem ajuda de um profissional capacitado.