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Enviada em: 24/08/2017

O escritor João Guimarães Rosa, em sua obra "o espelho", disserta acerca das diversas faces que um espelho pode ter e das deformações de ordem psicológica que a imagem pessoal pode sofrer. Tal conto reflete o cotidiano da sociedade brasileira no que tange a obsessão pela busca de um padrão estético que pode acarretar transtornos sociais e doenças psicológicas. Nesse sentido, oriunda da herança cultural brasileira e mantida por intermédio da coerção social da mídia, a padronização corporal deve ser repudiada.      Em primeira análise, é possível aferir que o parâmetro corporal é resquício da herança cultural nacional. Isso ocorre, porque, desde o Brasil colonial, há um sentimento de que o padrão estético europeu é superior e , até hoje, instaurou-se  um modelo de corpo "perfeito" que contrasta com a pluralidade de fisionomias e etnias presentes no território brasileiro. Dessa forma, visando alcançar determinado arquétipo estético, alguns indivíduos recorrem a dietas radicais que acabam por causar transtornos mentais como bulimia, anorexia e vigorexia.                   A pressão social sentida pelo indivíduo é, ainda, um fator que corrobora a permanência dessa obsessão por um corpo perfeito. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a coerção social consiste em atitudes do indivíduo que são moldadas pela sociedade. Tal conceito pode ser utilizado para explicar a busca por um esteriótipo, pois, a sociedade, por meio de comerciais de beleza e piadas contra características corporais, cria um estereótipo de corpo ideal que é seguido pela maioria da população.             Portanto, tendo em vista as raízes desse problema social fica  evidente que a padronização corporal deve ser combatida. Para isso, é fundamental que o MEC realize uma ampliação do foco escolar para a formação de valores e não restrita a conteúdos criando uma disciplina ''cidadania'' para fomentar debates em sala de aula visando desfazer imposições sociais como a do corpo perfeito. Além disso, é necessário que a mídia, por meio de propagandas televisivas como comerciais de beleza e estética, exalte a diversidade de fisionomias e etnias não a padronização dos cidadãos.