Enviada em: 22/08/2017

Os padrões de beleza tendem a se modificar com o passar dos anos. Um corpo largo e curvilíneo, que no século XVIII, era sinônimo de saúde e fertilidade para as mulheres, atualmente não é visto com bons olhos, já que a magreza tem sido cada vez mais valorizada. Dessa forma, percebe-se que cada vez mais a busca desmedida pelo corpo ideal vigente é fruto de uma economia de mercado que  prioriza o lucro, sem levar em consideração as consequências negativas que tem causado.        Em primeira análise, o sistema capitalista contribui com a construção e imposição de uma ditadura da beleza. Isso porque, na era do consumismo, o corpo passa a ser visto como mercadoria, sobretudo por influência da mídia. Prova disso, é a publicidade que gera uma insatisfação permanente em relação ao corpo, visto que o padrão idealizado pela mídia é mutável e está sujeito às leis de mercado. Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos países que mais realizam intervenções plásticas no mundo.       Nesse sentido, muito além de intervenções corretivas ou busca por auto-estima, muitas dessas cirurgias é resultado de uma busca obsessiva pelo corpo perfeito. Por conseguinte, esse comportamento tem gerado sofrimento, frustração e inclusive doenças, uma vez que, são comuns jovens que ao se sacrificarem para alcançar um corpo de passarelas desenvolvam distúrbios alimentares como anorexia e bulimia. Visto que, a sociedade de consumo se preocupa apenas em vender produtos e serviços sem se importar com a diversidade.       Portanto, o corpo não pode continuar sendo somente um instrumento de lucro para a economia de mercado. Dessa forma, é imprescindível estar presente nos currículos escolares conteúdos  que permitam a reflexão sobre o contexto histórico do corpo, sua singularidade, cultura e inserção social, além de mostrar como a mídia interfere nas atuais transformações que o corpo vem sofrendo. Pois, incutir desde cedo nos indivíduos esse valores é uma forma de minimizar essa problemática contemporânea.