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Enviada em: 20/08/2017

O brasileiro parece ter que se conformar com uma triste realidade: ao culto à padronização corporal no Brasil. As definições de padrões de beleza pressionam a humanidade desde os seus primórdios e suas representações mais intensas se deram na Grécia Antiga. Na contemporaneidade, a negligência educacional e a modernidade são fatores que intensificam a urgência de mudanças nesse cenário.    É importante pontuar, em primeiro lugar, relação do culto ao corpo com a negligência acadêmica. Responsáveis pela formação e educação dos seus alunos, muitas escolas falham ao se ausentarem na promoção de debates sobre a diversidade de belezas e aceitação pessoal e não enfatizam a superioridade da saúde que, muitas vezes, é colocada em segundo plano devido ao culto ao corpo .Ao deixar de lado o conceito de que o homem é aquilo que a educação faz dele, como pontuou Kant ao enfatizar a importância da formação estudantil, a escola passou a ser o maior palco de casos de "bullying" relacionados aos padrões de beleza.     Ademais, é fundamental entender a relação da padronização corporal com a modernidade. A divulgação e a cobrança acerca dos modelos estéticos foram acentuados devido à popularização das tecnologias e, em consequência disso ,a busca pelo corpo perfeito foi intensificada, oferecendo ao Brasil, assim, a liderança de cirurgias plásticas e impulsionando os casos de anorexia, bulimia e vigorexia.Exemplo dessa maior circulação na mídia é o desenho "Turma da Mônica" em que a personagem principal é vítima de "bullying". Essa questão leva a criança a formular um padrão corporal que permita que a sua inserção na sociedade não seja ridicularizada pelos outros indivíduos. Tal fato pode ser refletido pela ideia de Pierre Bordieu ao citar que a linguagem corporal é vista, muitas vezes, como o modo mais eficaz de mostrar superioridade em relação aos outros.     Fica evidente, portanto, que a nação brasileira enfrenta um quadro intrigante de padronização corporal.A fim de atenuar tal questão,a escola, em parceria com a família,deve promover rodas de conversas,em relação à temática estética,com os alunos a fim de desconstruir os padrões corporais e promover a diversidade da beleza e deve, ainda, incluir na equipe um psicólogo analista do comportamento para acompanhar os alunos que apresentarem transtornos alimentares. Além disso,o Governo deve disponibilizar verbas para as mídias divulgarem campanhas que mostrem a beleza da diversidade estética e construírem filmes e novelas embasados nos resultados negativos da ridicularização da beleza que não é considerada padrão. Dessa forma, o Brasil poderá garantir a harmonia da heterogeneidade estética da sociedade brasileira.