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Enviada em: 18/08/2017

Mulher de Willendorf. Davi. Divas de Hollywood. Em diferentes épocas, clássico artísticos e cinematográficos possibilitaram o gradativo conceito de padrão corporal. Nesse sentido, a substituição da identidade, por produtos marcadores de uma posição social tem acarretado inevitáveis consequências. Dessa forma, não obstante, mediante fatores em âmbitos históricos, socioeconômicos e culturais, a problemática acerca do "corpo perfeito" se faz presente no país, sendo um ato retrógrado de caráter destrutivo e inercial a ser combatido.     Em uma primeira análise, é importante destacar o papel da mídia como propagadora de estereótipos. Nesse sentido, personagens de novelas criam uma espécie de projeção de sentimento frente aos receptores que, confundem-se com a própria identidade individual. Nesse contexto, associando-se o ideário marxiano da economia como determinante na sociedade, a busca desenfreada por se assemelhar a tal padrão, muitas vezes com procedimentos cirúrgicos arriscados e dietas que comprometem a saúde, têm gerado sequelas neurológicas e o crescente aumento nos casos de depressões.      Sob outro ângulo, é possível avaliar a resiliência do problema da esfera social ao analisar, conforme a literatura machadiana, aspectos da natureza e ética humana. Nesse âmbito, o homem é visto como ser corrompido no qual há quase ausência de princípios. Sendo assim, o corpo humano é multidimensional e esteticamente plural e, dentre tantas misturas e formas, chega a ser cruel eleger apenas uma como legítima e digna de representar o belo. Assim, adiciona-se aos fatores supracitados caractéres inatos, logo, atemporais e tendentes à permanência.      O estigma do corpo perfeito, portanto, persiste por razões midiáticas e distinções sociais. Dessa forma, é necessário que as mídias deixem de utilizar  sua capacidade de propagação de informação para promover  a objetificação do corpo e passe a usá-la para desconstrução do estereótipo, a fim de promover uma reflexão aprofundada sobre o assunto. Também é mister que Secretarias de Saúde Regionais em parceria com a Organização Mundial de Saúde promovam oficinas semestralmente sobre palestras de orientação e serviços básicos de saúde. Ademais, o próprio indivíduo deve ser mais flexível consigo mesmo, libertando-se dessa visão limitada de beleza. Quem sabe, assim, poder-se-á compreender que a singularidade da beleza está justamente no seu aspecto plural.