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Enviada em: 21/08/2017

O conceito de belo e o estereótipo ideal foram se reinventando com o passar dos séculos em comunidades com culturas distintas. Contudo, a tecnologia e a globalização contribuíram para o surgimento de uma sociedade de massa que tenta ao máximo seguir padrões de belezas impostos pela indústria. Nesse sentido, a busca pelo encaixe social causa diversos detrimentos.     Indubitavelmente, os meios de comunicação exercem um papel crucial na formação do perfil identitário de uma pessoa. Nesse contexto, parafraseando o sociólogo Pierre Bordieu que relaciona a linguagem corporal, como vestuário e higiene, com a distinção social dos indivíduos, é notório que a busca pelo padrão de beleza, impostos em setores de cosméticos, moda e cinema, está diretamente vinculados com a aceitação pessoal e social, pois muitas vezes tais estereótipos são relacionados com a felicidade e impulsionam pessoas, de todas as classes sociais, na busca desenfreada ao corpo perfeito. Desse modo, as campanhas que envolvem o culto ao corpo nos meios de comunicação não exercem uma verdadeira representação da aparência da maioria dos cidadãos.     No entanto, os limites entre a estética e a saúde tem se perdido, pois algumas pessoas colocam a própria vida em risco na busca de uma aparência saudável. Diante disso, alguns indivíduos acabam se submetendo a procedimentos estéticos arriscados, como no caso da modelo Andreza Urachi, que teve uma alta quantidade de hidrogel aplicada na coxa e acabou em coma. Além disso, a reeducação alimentar sem consultar um especialista também tem se tornado comum, pois grande parte das pessoas se baseiam em dietas disponíveis na internet, o que pode propiciar diversas doenças, como hipovitaminose e anemia, devido a má disponibilidade de compostos essenciais para o bom funcionamento do corpo. Sendo assim, é necessário que haja uma desconstrução do estereótipo perfeito.    A partir do que foi supracitado, o culto ao padrão de beleza é um grave problema que afeta a sociedade pós-moderno. Devido a isso, órgãos como o CONAR (conselho nacional de autorregula publicitária), deveria ser mais rígido e aumentar a fiscalização de diversas campanhas que induzem as pessoas a buscarem se encaixar, de forma desenfreada, em um padrão de beleza, e além disso, utilizarem os meios de comunicação como forma de combate ao estereótipo perfeito. Ademais, o Ministério da Educação deveria fazer parcerias com o Ministério da Saúde para a realização de palestras nas escolas nos fins de semana, para que não só os alunos, mas toda a sociedade civil possa participar e debater com médicos sobre os riscos da má alimentação, tais medidas auxiliariam na diminuição gradual dos transtornos causados pela padronização corporal.