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Enviada em: 20/08/2017

O culto ao belo remonta aos gregos, que viam a beleza física como um reflexo da saúde do corpo, para aqueles esta não se resumia à estética, mas revelava o modo de vida do indivíduo. Nos dias atuais, esses valores foram completamente deturpados, pessoas buscam padrões bem vistos pela sociedade de forma indiscriminada visando serem aceitas, porém não demonstram interesse algum em preservar a saúde do corpo, acarretando sérios problemas.   Durante os "anos eufóricos" da economia americana entre 1918 e 1929, surgiu um termo chamado "american way of life" que dizia não existir nenhum modo de vida melhor que esse. Desde então, a cultura estadunidense vem se espalhando pelo mundo com o auxílio da indústria cultural e o Brasil não ficou fora. É  possível perceber uma íntima ligação entre os moldes estéticos propagados no território brasileiro e o exibido nas grandes produções cinematográficas de Hollywood, por exemplo.   Concomitantemente, o Brasil é o 3° maior consumidor de cosméticos, no mundo, segundo  a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal (ABIHPEC). Ao se analisar as propagandas transmitidas em rede nacional é possível perceber o crescente incentivo, por parte dos mecanismos midiáticos ao consumo de tais produtos, sobre o pretexto de vender não só só um produto de beleza, mas a inclusão nos padrões e a aceitação por parte da sociedade.   Além disso, em uma matéria do Portal São Francisco foi evidenciado que doenças como a Anorexia estavam intimamente ligadas a traumas psicológicos. Grande parte dos pacientes de psico-clínicas, que sofrem desta patologia mental, alegam já terem sidos discriminados ou excluídos por algum grupo devido a estética, em determinado momento da vida, o que resultou em uma busca frenética por aceitação e uma fobia de engordar, uma das principais responsáveis pelo transtorno.   Evidencia-se, portanto, que o culto e a procura por um padrão corporal tem sido fomentada, principalmente, pela indústria cultural e vem prejudicando de maneira considerável a saúde mental e física da população brasileira. É necessário que haja uma ação conjunta entre o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) e os Poderes Executivo e Legislativo, para que estes criem e promulguem leis que exijam uma heterogeneização, no campo publicitário, dos tipos corporais e aquele as aplique e fiscalize, visando criar um ambiente mais inclusivo. Ademais, é preciso esclarecer aos cidadãos sobre os riscos que eles correm ao praticar medidas extremas para mudar sua estética, além de propiciar campanhas que busquem auxiliar pessoas psicologicamente já afetadas, para tal, deve-se contar com o apoio do Ministério da Cultura através das mídias sociais e escolas.