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Enviada em: 19/08/2017

Desde o fim da Guerra Fria, em 1985, e a consolidação do modelo econômico capitalista, há uma crescente preocupação com o corpo, impulsionado basicamente pelo processo de massificação das mídias. Entretanto, as consequências dessas imposições de estereótipos atingem o ser humano fisicamente e psicologicamente: através do esforço para conquistar um "corpo perfeito" e as frustrações por não alcançar tais objetivos. Entre silicones e bisturis, resta discutir os impactos e resultados dessa padronização na contemporaneidade. Em primeiro lugar, nota-se que no Brasil, é comum que se ligue a televisão e esteja passando alguma propaganda com teor apelativo que ajudem a criar novos padrões de aparência e projetem imagens de estilos de vida perfeito. Os publicitários buscam atingir principalmente os jovens, e conseguem. Frequentemente são noticiados casos de atitudes drásticas para se adequar a padrões Hollywoodianos. A história mais recente é de um brasileiro que fez mais de 50 cirurgias no corpo e no rosto para assemelhar-se a um boneco famoso nos Estados Unidos. Além disso, muitos jovens utilizam anabolizantes como forma de chegar mais rápido a uma estrutura física impecável, mas muitos nem sabem que essas substâncias causam vários tipos de doenças como o câncer.  É fundamental pontuar ainda, que os padrões, idealizados normalmente pela elite, não são de fácil acesso às classes menos privilegiadas, essas se sentido lesadas por não reproduzirem um arquétipo de estética acabam sofrendo vários distúrbios psicológicos. Segundo a secretaria de Estado da Saúde 77% das jovens em São Paulo apresentam propensão a desenvolver anorexia. A ausência cada vez maior dos pais na vida dos filhos também contribui para o aumento da ditadura estética. A infância é uma fase de formação e aprendizagem sendo de extrema importância os pais para desconstruir ideias, afirmando que o corpo humano é multidimensional e esteticamente plural por si só. Portanto, deve-se proibir propagandas que cultuem um "corpo perfeito", com a instituição de leis federais. Dessa forma, anunciantes e emissoras devem ser fiscalizados e punidos com aplicação de multas em caso de desrespeito ao estabelecido. Ademais, os pais precisam levantar questionamentos e debater estigmas corporais com seus filhos. Aliado a isso o MEC, deverá estabelecer palestras educativas nas escolas, Ministradas por professores e educadores, que abordem o tema. Por fim, o próprio indivíduo, precisa ser mais flexível consigo mesmo, libertando-se da visão limitada de beleza. Quem sabe assim, a sociedade compreenda que a singularidade da venustidade está justamente no seu aspecto plural.