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Enviada em: 19/08/2017

Esculturas de Arte Rupestre valorizam na mulher atributos associados à fertilidade, como seios fartos e quadris largos. Nesse sentido, percebe-se que, ao longo dos séculos, diversos valores sociais impuseram ideais estéticos os quais, na atualidade, agravam-se em razão dos avanços das tecnologias da informação. Torna-se necessário, portanto, debater a padronização corporal no Brasil para garantir o respeito à diversidade, bem como a saúde fisiológica e mental da população.       A priori, cabe destacar o poema "Eu, etiqueta", do escritor Carlos Drummond Andrade, no qual é abordada a questão da objetificação da pessoa, que se transforma em anúncio ambulante. Nesse contexto, a indústria da moda, em sua lógica capitalista, contrata modelos altas e extremamente magras para exibir seus produtos e impor ao restante da população um padrão inatingível pela maioria. Assim, a inalcançabilidade desse ideal promove um sentimento de inferioridade, especialmente em mulheres jovens, as quais podem desenvolver transtornos alimentares e psicológicos, como bulimia e depressão.       Ademais, o culto à aparência perfeita também pode estar associado ao preconceito de cor, atitude contrária ao direito de igualdade, previsto no artigo 5º da Constituição Cidadã. Nesse viés, cabe ressaltar a política governamental brasileira, do início do século XX, de incentivo à imigração europeia, no intuito de branquear a população, tornando-a supostamente mais bela. Ainda hoje essa visão de inferioridade negra se perpetua, o que se comprova pela baixa representação dessa minoria em novelas e em programas de entretenimento nas mídias televisivas. Portanto, em respeito aos Diretos Humanos, é preciso impedir a associação de padrões estéticos ideais à cor da pele de indivíduos e combater preconceitos raciais no Brasil do século XXI.       Por fim, percebe-se a imposição de padrões de beleza como mecanismo de obtenção de riquezas e de opressão social. Para reverter tal cenário, as Secretarias Estaduais de Educação devem inserir nas escolas dinâmicas e jogos educativos que estimulem a percepção do ideal de magreza extrema como estratégia de lucratividade do Capital, para que os jovens se percebam belos em sua individualidade e não desenvolvam transtornos na busca por um modelo físico arbitrário. Conjuntamente, o Legislativo deve editar lei determinando um mínimo de 30% de participação negra na indústria de entretenimento televisivo, com objetivo de dar representatividade a esses indivíduos. Talvez, assim, seja possível desconstruir definitivamente valores estéticos associados a interesses financeiros e preconceitos históricos, em nome da efetivação da democracia nacional.