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Enviada em: 19/08/2017

Corpo. Saúde. Beleza. Tecnologia. A busca pelo elixir da vida longa, o movimento renascentista e o desenvolvimento da medicina remetem a construção do padrão do corpo atual, desenhado pela globalização e fundamentado em estética, cosméticos, medicamentos, procedimentos cirúrgicos, vestuários, que visam o alcance da felicidade plena. Nesse contexto, a atuação midiática é propulsora ao culto da padronização corporal e essa desenfreada busca pela perfeição pode gerar algumas consequências como os transtornos alimentares e psiquiátricos.        Em primeira análise cabe ressaltar o papel da televisão; de peças publicitárias divulgando cosméticos, estéticas e como atingir o corpo ideal; da moda; do cinema, como atores do consumo cultural de beleza que levam ao sucesso profissional e realização pessoal. Uma prova disso é a estatística de 63% das mulheres acreditarem que a estereotipagem é motivo para serem bem sucedidas na sociedade e, a média de 83%, considerando Brasil e o mundo, buscarem essa padronização  imposta pela propaganda. Tal atuação midiática incentiva o uso social do corpo e o transforma em objeto de investimento.       Ademais, o descontrole para atingir a excelência em saúde e beleza levam a condições patológicas. Transtornos alimentares, como bulimia, anorexia e vigorexia e, psiquiátricos, como depressão, ansiedade e comportamentos obsessivos podem ser resultantes da pressão exercida pela sociedade globalizada e padronizada. Como evidência têm-se o número crescente desses distúrbios no Brasil, o aumento no uso de medicamentos ansiolíticos, antidepressivos e inibidores do apetite, principalmente entre as crianças e adolescentes, que estão desenvolvendo sua inserção na sociedade.       A cultura da beleza, portanto, é amplamente difundida no Brasil pela mídia e a busca é incessante a ponto de desencadear diversos problemas de saúde. Movimentos oriundos de empresas, especialmente daquelas vinculados a estética, como a que a Dove promoveu: "Há uma beleza não convencional", em que mostra-se a fuga à essa padronização e que existem encantos fora desse enquadramento devem ser encorajados pelo Ministério da Cultura, por outros setores publicitários e pela própria população. A escola e a família devem observar atentamente os comportamentos de crianças e adolescentes para prevenir ou identificar alterações, incentivando a busca pela auto identidade e personalidade.