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Enviada em: 20/08/2017

O culto à magreza nem sempre foi o padrão de beleza. Por volta dos anos 40, por exemplo, Marilyn Monroe e Elisabeth Taylor eram consideradas ícones femininos com suas curvas acentuadas e seus cabelos encaracolados. Entretanto, hoje, a mídia e a própria sociedade ditam padrões bem diferentes dos naturais daquela época. Nesse tocante, entre silicones e bisturis, resta discutir os impactos e as consequências dessa padronização na contemporaneidade.      Em primeira análise, estigma do corpo perfeito é imposto todos os dias. Seja em capas de revistas ou em tutoriais na internet, homens e mulheres com corpos torneados estampam o ideal de perfeição. O problema é que, no mundo real, esse padrão é quase impossível de ser atingido, resultando em uma sociedade frustrada por nunca alcançar o que lhe é imposto. O sentimento que se desenvolve é que, fora daqueles padrões, o homem não é saudável, desejado, belo e “apto para o consumo”.      Somado a isso, essas padronizações não respeitam biotipos. O corpo humano é multidimensional e esteticamente plural por si só. Dentre tantas misturas e formas, chega a ser cruel eleger apenas uma como legítima e digna de representar o belo. Na busca desenfreada por se assemelhar a tal padrão, muitos chegam a arriscar suas vidas com procedimentos cirúrgicos arriscados e dietas que comprometem a saúde.       É preciso, portanto, que se reflita sobre essa representação corporal que nos é imposta a cada dia. O primeiro passo deve ser dado pelo próprio indivíduo, sendo mais flexível consigo mesmo e libertando-se dessa visão limitada de beleza. Aceitar-se é um processo de evolução. Na esteira desse movimento, deve estar o apoio dos agentes sociais. A escola precisa levantar esses questionamentos e debater sobre os estigmas corporais. A mídia, por sua vez, deve assumir a sua responsabilidade enquanto formadora de opinião e promover uma reflexão aprofundada sobre o assunto. Dessa forma, a sociedade compreenda que a singularidade da beleza está justamente no seu aspecto plural.