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Enviada em: 19/08/2017

Partindo do seu processo histórico, desde a Grécia Antiga, as reflexões sobre o culto à padronização corporal fazem-se emblemáticas. Enquanto, nesse período, buscava-se a estrutura física perfeita visando aproximação com o divino, na contemporaneidade, com o acesso maciço aos meios de comunicação, a demanda se modificou, visto que o foco é a semelhanças aos padrões estéticos impostos pela mídia. Entretanto, a sociedade não se preocupa com as consequências que este fato pode causar à saúde, utilizando-se de artifícios rápidos e invasivos.    Em primeira instância, é preciso analisar as cirurgias para alcançar esses padrões. No Brasil, há legislações que tabulam as doses recomendadas para uso estético, como o hidrogel, que é legal na dose de 2 a 3 mililitros. No entanto, há clínicas e profissionais de saúde que não seguem essas recomendações, colocando, assim, em risco a saúde do paciente. Ademais, outro método utilizado é a lipoaspiração. Em janeiro de 2017, uma mulher de 30 anos morreu após uma cirurgia para retirada de gordura abdominal. Segundo o Conselho Federal de Medicina, esse procedimento deve ser realizado após um tratamento para redução de peso e, não, como uma estratégia para emagrecer. Nesse sentido, é natural afirmar que a busca por um corpo perfeito promove efeitos deletérios à saúde.     Diante dessa acepção, chega-se a seguinte questão: a inanição. Nesse caso, o indivíduo fica o maior tempo possível sem se alimentar, visando o emagrecimento. No entanto, essa tática pode trazer riscos à saúde, pois, para exercer qualquer atividade, precisamos da energia vinda dos alimentos. Outrossim, conforme o Conselho Federal de Psicologia, o jejum intermitente está diretamente relacionado aos transtornos alimentares, como anorexia. Essa patologia é caracterizada por uma imagem distorcida do corpo, o que provoca uma preocupação extrema com o peso e com aquilo que é consumido. De fato, o culto à padronização da estrutura física promove, na população, distúrbios físicos e psicológicos.     Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver esse quesito. Diante disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária deve aumentar as fiscalizações, com visitas rotineiras em clínicas estéticas e promover multas ou prisões aos profissionais de saúde que utilizarem doses acima do recomendado pela lei. Além disso, cabe à família, em simbiose com a escola, observar o comportamento do filho e aluno, notar os hábitos alimentares deles e levá-los a um psicólogo, pois, dessa forma, ocorrerá o devido acompanhamento e tratamento de casos relacionado a transtornos alimentares. Outrossim, a mídia poderá criar novelas que demonstrem a discussão sobre o tema, apresentando casos de pessoas que sofrem com o culto à beleza. Tal medida seria efetiva com a ação de redes sociais que, a partir de campanhas, ampliariam esse debate.