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Enviada em: 21/08/2017

O Parnasianismo, movimento literário vigente no final do século XIX, teve como pressuposto basilar o culto à forma, adotando como máxima a arte pela arte, isto é, a forma em detrimento da essência. De maneira análoga, hodiernamente é preponderante o conceito de que o corpo é passível à padronização e, além disso, objeto de veneração. Nessa perspectiva, há fatores que não podem ser negligenciados, tendo em vista a dimensão temporal e comportamental da constituição física.           Em primeira análise, é oportuno pontuar que, no perpassar da história, o corpo ganha a conotação de representação ideológica, de forma a sincronizar o contexto temporal e a estrutura física. Comprova-se isso tendo em vista a diversidade de padrões ao longo do tempo, a exemplo dos governos totalitaristas, nos quais o corpo era usado sob um viés político, acrescido da concepção de branqueamento. Sendo assim, depreende-se que, através dos reflexos históricos, subsiste a hegemonia do corpo pretensamente ideal.       Outrossim, é válido salientar que valores comportamentais potencializam a noção de constituições físicas como dominantes. A partir da perspectiva de Durkheim, surge o modelo de corpo enquanto coerção social, pressão exercida pelo meio sobre os indivíduos. Somado a esse fator, a Indústria Cultural coopera com a massificação das mídias, perpetuando determinados arquétipos de beleza a serem adotados. Por extensão, as mazelas oriundas desse processo são múltiplas, a exemplo dos transtornos alimentares e psicológicos.       Para que se reverta esse cenário problemático, portanto, é imprescindível a atuação pontual do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), regulando propagandas que incitem de forma restrita a adoção de padrões de beleza, tendo em vista mitigar a noção de corpo enquanto modelo. Ademais, é essencial a inserção de conteúdos na grade curricular do Ensino Fundamental como a pluralidade estética, promovendo, assim, a diversidade de aparências.