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Enviada em: 21/08/2017

O padrão social de beleza altera-se constantemente. Outrora, era valorizado o indivíduo acima do peso. Tal valorização estava relacionada com o poder de consumo. Sendo assim, o homem com posses poderia comprar bastante comida, refletindo seu poder aquisitivo no ganho de massa gorda corporal. Na contemporaneidade, houve uma intensificação do culto ao corpo, onde o dito ideal é a magreza. O culto a padronização corporal no Brasil cresce a cada dia, massificando as massas e criando um ambiente hostil para certas pessoas dentro do seu próprio corpo, fazendo com que elas não se aceitem e busquem o estereótipo de beleza.    Com a disseminação do “mundo fitness” (busca por uma vida mais saudável), os cidadãos começaram a se importar mais com seus corpos. Entretanto, há uma linha tênue entre busca pela saúde e por um corpo perfeito, magro. Inúmeras pessoas deixaram a saúde de lado para que pudessem atingir o ideal de beleza. Devido a isso, houve um aumento nas doenças relacionadas à alimentação, uma vez que não havia respeito com os limites do próprio corpo.    O Brasil está acima da média mundial quanto à cobrança pelo corpo perfeito. Isso mostra uma mentalidade retrógrada da sociedade, pois é um país altamente miscigenado e não há como ter padrão nenhum de beleza. Segundo Pierre Bourdieu: a linguagem corporal é marcadora da distinção social. Isso ratifica que o corpo detém a essência de cada indivíduo e/ou raça, sendo mostrado através dele à cultura de um povo.    Apesar do empoderamento feminino, essa classe ainda é a mais afetada pelos padrões impostos. Um homem acima do peso ou que possua barriga avantajada é comumente aceitável, não causa grande estranhamento. Todavia, se for uma mulher, ela é julgada por grande parte da sociedade, sendo nomeada de desleixada por não cuidar de seu corpo. Logo, grande porcentagem feminina da população se vê obrigada a atingir os padrões, para que possa ser aceita em seu meio social e até mesmo ser bem sucedida.   Competem as instituições educacionais a promoção de palestras com o intuito de educar criticamente o cidadão, para que este se conscientize a respeito dos limites entre saúde e magreza excessiva. As ONG’s podem elaborar e disseminar projetos mostrando que há uma enorme miscigenação no país e que o respeito consigo e com os outros é indispensável. Em conjunto a isso, os aparatos midiáticos podem trazer em seus comercias e produções cinematográficas diferentes tipos de pessoas, mostrando a pluralidade social. A família entra como agente fundamental, pois é nela que o individuo se espelha. Sendo assim, cabe a ela a educação de seus membros, formando cidadãos conscientes.