Materiais:
Enviada em: 25/08/2017

"À imagem e semelhança": de quem? Desde a Era Clássica, o corpo é tratado como um dos bens mais importantes que o homem pode ter e cuidar, como prega o lema grego “mente saudável em corpo são”. Entretanto, tal preocupação e tributo ao corpo não se prendeu àquela época. Pelo contrário. Transformou-se e intensificou-se demasiadamente nos últimos séculos. Verifica-se, então, que a devoção à normatização do corpo físico no Brasil está cada vez mais presente na contemporaneidade, potencializando, portanto, os problemas individuais na ordem da saúde assim como no aspecto social.  A mídia, com o intuito de vender diferentes ideais e produtos, difunde padrões de beleza. Na busca pelo corpo ideal, segundo tais padrões, percebe-se a concepção de problemas de diferentes naturezas, dentre elas, de saúde física e mental. Entre os casos mais incidentes, observa-se a anorexia. Tudo isso acontece pelo fato da pressão exercida pela sociedade brasileira para seguir os modelos de formosura impecável advindos da sociedade europeia fagocitados pela cultura brasileira. Concomitantemente a isso, constata-se a falta de percepção da diversidade estética presente no país, evidenciado pela grande pressão que a “imagem perfeita” produz, criando assim diversos estereótipos e preconceitos. Como o governo brasileiro é omisso nessa questão, diversos tipos de violências, fobias e intolerâncias a indivíduos que não se adequam ao molde pré-estabelecido pela sociedade são cometidos e ficam impunes.  Tendo em vista os aspectos observados, percebe-se que a adoração à uniformização corpórea precisa ser descontinuada. Para tal, a mídia deve conscientizar a população por meio de propagandas que abarquem as diferentes belezas encontradas na sociedade brasileira, ampliando assim o conceito de belo. Além disso, o governo, em todas as suas esferas, necessita criar dispositivos legais que venham conter ou, pelo menos, minimizar os preconceitos, evitando assim que os diversos discursos de ódio e violências identificadas na sociedade contemporânea brasileira se perpetuem e saiam sem a punição devida.