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Enviada em: 24/08/2017

Conforme defendido pelo sociólogo Émile Durkheim, as pessoas se educam influenciadas pelos valores da sociedade em que vivem. Desse modo, o padrão de beleza ditado à população tende a ser seguido, compulsivamente, por aqueles que desejam adequar-se às "normas sociais". Nesse contexto, deve-se analisar como o poder midiático e o preconceito influem nessa problemática, bem como suas implicações na população brasileira.             A influência da mídia é a principal responsável pelo culto aos padrões de beleza vigentes no Brasil. Segundo a teoria determinista, defendida na obra "O Cortiço" de Aluísio de Azevedo, o indivíduo é influenciado pelo meio, tempo e raça. Dessa forma, o poder de grandes emissoras passa a agir determinando o ideal corporal que deverá ser vigente no meio social e atualidade brasileira através de comerciais e telenovelas. Em consequência disso, aqueles que não possuem as características ditadas sofrem ao não se encaixar, podendo desenvolver transtornos mentais, como a depressão e outras síndromes psicológicas.              Ademais, nota-se, ainda que o preconceito social também contribui para a manutenção da problemática. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, o individualismo e egocentrismo faz com que o ser humano não enxergue o outro como seu semelhante. Nisso, ao se deparar com alguém que não aceite ou se encaixe no padrão de beleza ditado pleas grandes mídias, o indivíduo rejeita suas diferenças e passa a tratá-lo com represálias e xingamentos. Tal tratamento, considerado bullying, pode ocasionar diversos transtornos alimentares, como a anorexia e bulimia, resultando em desnutrição, e, até mesmo, o óbito.             Diante disso, é evidente a compulsividade gerada naqueles que desejam adequar-se aos padrões de beleza da atualidade. Para a resolução dessa problemática, é imprescindível que as grandes mídias incluam em seu repertório de telenovelas maior variedade corporal e cultural aos seus personagens, com roteiros tolerantes às diferenças sociais, visando impulsionar a corrente feminista de amor ao corpo. Além disso, faz-se necessário que as escolas e universidades promovam fóruns virtuais em seus portais acadêmicos, com debates semanais a respeito da pluralidade de características existentes no Brasil, visando erradicar o preconceito na contemporaneidade. Só assim se poderá viver numa sociedade capaz de influenciar as futuras gerações à autoaceitação e amor ao próximo.