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Enviada em: 27/08/2017

A ditadura da beleza no Brasil teve a sua ascensão com a massificação dos meios midiáticos nos anos de 1980. Desde então, tal fenômeno tem crescido, e também criou uma obsessão pelo corpo ideal que é fruto, principalmente, do capitalismo, pois usa a publicidade como meio de propagar a idolatria à beleza, com o intuito de gerar lucro. Contudo, essa busca desenfreada pela aparência física perfeita pode gerar patologias humanas tanto físicas, quanto psíquicas, visto que tal padrão é inatingível.   Em primeiro lugar, vale ressaltar que o modo consumista vigente, moldado pelas leis de mercado, possui papel protagonista no culto à padronização corporal. Isso ocorre, porque a mídia apresenta corpos esculturais e rostos esticados, a fim de vender produtos e incentivar as pessoas a realizarem procedimentos estéticos. Desse modo, indivíduos são levados a tentar conquistar tais modelos a todo custo, o que resulta em sérios prejuízos à saúde. Esse fato foi percebido no caso de Ken brasileiro, Celso Santebãnes, que faleceu em 2015, após realizar 90 cirurgias com a intenção de se tornar parecido com o boneco, só que na última teve complicações.   Em outra perspectiva, segundo o filósofo e psicólogo William James, o ser humano ao mudar a sua mente alterar a sua vida. Nesse sentido, cabe destacar que os distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia, podem se desenvolver devido à busca incessante pela aparência perfeita. De modo que essas doenças psíquicas acometem, principalmente, mulheres e adolescentes que se enxergam gordas, só que na verdade são magras. Assim, muitos estudos chegaram à conclusão de que a baixa autoestima dessas pessoas é consequência do padrão corporal imposto pela mídia e pela sociedade.  Fica evidente, portanto, a necessidade de desacelerar a obsessão pela perfeição física. Logo, cabe ao Governo Federal em parceria com o CONAR, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, pressionar a mídia a mudar a forma como o culto à padronização corporal é apresentado nas propagandas. Além de introduzir na televisão campanhas de conscientização sobre o equilíbrio nos cuidados com a aparência física. Por outro lado, é imprescindível, também, que a escola, em ação conjunta com a família, discuta com os jovens sobre o conceito de estética, por meio de rodas de conversas com a presença dos pais e psicólogos. Todas essas ações devem ser colocadas em prática com o intuito de fazer a sociedade brasileira analisar de forma mais crítica os modelos estereotipados.