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Enviada em: 03/03/2019

Segundo o filósofo Rousseau, no estado de natureza o homem vivia uma constante guerra e, por isso, era necessário um contrato social com um monarca absolutista para haver a paz. Apesar de garantir certa ordem, as formas de governo que se estabeleceram pelo mundo ainda apresentam desafios no que tange ao convívio em sociedade, uma vez que enfrentam males como preconceito e violência. Nesse sentido, fatores de ordem educacional e histórica caracterizam a problemática.      É importante pontuar, de início, o despreparo e a ineficiência das escolas em cumprir o papel de fornecer a melhoria das interações entre os indivíduos como um dos desafios. Devido à transformação mercadológica da educação, muitas instituições de ensino deixam de priorizar a formação de cidadãos tolerantes, honestos e capazes de respeitar a diversidade e pluralidade de cada ser. Tal importância dos colégios pode ser ratificado pelo pensador Marx Weber, o qual defende que as  escolas são responsáveis pelas primeiras interações sociais dos indivíduos, sendo fundamentais para o seu desenvolvimento. Dessa forma, é possível perceber o protagonismo do ensino na questão.      Outrossim, vale ressaltar a histórica dificuldade do ser humano em aceitar as diferenças e o desconhecido. Durante o período Arcaico, na Grécia Antiga, por exemplo, a cidade-Estado de Esparta, e os gregos em geral, eram caracterizados pela extrema xenofobia. Já na contemporaneidade, o próprio isolamento provocado pelas redes sociais leva a formação de bolhas e ao individualismo das pessoas, as quais tornam-se menos capazes de formar vínculos e desenvolver empatia umas com as outras. Prova disso é a teoria da "modernidade líquida" do sociólogo Zygmunt Bauman, segundo a qual há um predomínio da fluidez e da efemeridade das relações sociais na sociedade pós-moderna. Logo, é preciso repensar o uso das redes sociais para que essas deixem de representar ferramentas alienantes e de superficialidade.      É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho educacional e histórico na temática supracitada. Nesse viés, cabe à escola, em consonância com a família, o papel de trabalhar o respeito, a tolerância e a formação ética dos jovens a fim de combater certos obstáculos para o bom convívio social. Tal medida pode ser efetivada por meio de trabalhos dinâmicos, palestras, debates em sala de aula e diálogos esclarecedores. Ademais, é fundamental que o governo, juntamente com a mídia, promova campanhas que incentivem as pessoas a reduzir o uso excessivo da Internet para interagir mais com outras pessoas. Essa proposta pode ser realizada a partir de anúncios e propagandas nos principais meios de comunicação. Poder-se-á, assim, contornar o problema da modernidade líquida e superar o quadro vigente.