Materiais:
Enviada em: 01/04/2019

Depressão, insegurança, problemas psicológicos. Esses são alguns exemplos dos problemas encontrados na sociedade em virtude da solidão, visto que isso tornou-se presente na contemporaneidade. Ademais, a ineficácia do Estado para estimular o convívio comunitário e o pensamento individualista, sem medir as consequências dos atos, colaboram para que o problema continue. Logo, é necessário adotar medidas eficazes para reverter tal situação.       Em primeiro plano, é inegável que a falta de incentivo do governo para promover o convívio social influencia na continuidade do problema. Nesse sentido, segundo John Locke, o Estado é responsável por proteger e garantir os direitos dos cidadãos, como à vida e à liberdade. Sob tal ótica, nota-se a ausência de controle do governo brasileiro para garantir o direito à vida harmônica entre os cidadãos, haja vista que, cada vez mais, a construção de novos centros residenciais voltados ao morador solitário são autorizados pelos órgãos públicos. Como resultado disso, a pessoa no convívio solitário, por não ter com que conversar ou dividir seus pensamentos, está propensa a desenvolver problemas psicológicos e desenvolver depressão e tornar-se insegura para executar suas atividades rotineiras.       Outrossim, cabe abordar o pensamento individualista presente, cada vez maior, na sociedade contemporânea. De acordo com Sartre, o homem deve zelar pelo bem coletivo em detrimento do individual, uma vez que ele está articulado a uma comunidade. No entanto, a sociedade, atualmente, rompe com essa lógica altruísta, pois prioriza-se o bem-estar próprio ao convívio público. Isso ocorre porque todas as ações diárias do cotidiano podem ser executadas sem o auxílio de outra pessoa, visto que os diversos aplicativos disponíveis para celulares podem executar tarefas como compras de alimentos, pagamentos de contas, solicitação de serviços e conversas virtuais. Logo, verifica-se também uma ruptura com a filosofia kantiana de que a pessoa deve ser um fim em si mesma e não um meio de conseguir alcançar interesses particulares ao estimular o consumo desses aplicativos ao invés de promover o convívio comunitário.       Fica evidente, portanto, que intervenções são necessárias para modificar tal panorama. De modo que é urgente que o Ministério da Educação deve realizar campanhas educacionais, por intermédio da veiculação, nas mídias televisivas, falada, escrita e virtual, de conteúdos que incentivem o convívio entre pessoas, a fim de instituir a reflexão sobre os benefícios à saúde de uma vida comunitária. Outrossim, cabe ao Poder Legislativo criar leis factíveis, por meio da interlocução com juristas renomados, tais como a OAB, com vistas a estipular o número máximo de edificações para moradores solitários. Afinal, somente com a formação do senso crítico é possível transformar índices negativos em uma sociedade com um futuro harmônico.