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Enviada em: 23/07/2018

Em sua obra "Admirável Mundo Novo", o escritor inglês Aldous Huxley idealiza uma sociedade completamente organizada, de modo que cada cidadão possui um emprego. No entanto, no que tange a atual conjuntura do Brasil, esse desejo ainda não foi plenamente alcançado, dada a dificuldade de inserção ao mercado de trabalho formal, o que consiste em uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Tal problemática está intrinsecamente ligada à realidade do País, seja pelo fraco desempenho da economia, seja pela exclusão social.          Convém ressaltar, a princípio, que a crise financeira, fruto dos atos corruptos de diversos políticos, é um fator determinante para a permanência dos altos índices de desemprego no Brasil, uma vez que as empresas, em situação de retração econômica, reduzem gastos e, sobretudo, postos de trabalho. Essa conjuntura, por sua vez,  viola a teoria do contrato social defendida por Jonh Locke, haja vista o Estado negligencia direitos básicos e imprescindíveis à população em prol dos anseios individuais. Tal realidade vulnerabiliza trabalhadores que, muitas vezes, se sujeitam a relações trabalhistas informais, sem a mínima segurança, com altíssima carga horária e ganhando péssimos salários.        Outro grave aspecto é a exclusão vivenciada por uma parcela da sociedade em virtude de práticas históricas de preconceito. Essa cultura de indiferença e de intolerância não é algo recente na história da humanidade: o determinismo biológico e a superioridade da raça branca marcou o século XIX e ainda, infelizmente, reverbera na sociedade atual. Fatalmente, evidencia-se um ínfimo número de atores negros trabalhando nas emissoras de televisão ou a escassez de servidores portadores de algum tipo de deficiência em diversas empresas. Tal prática explicita a falta de estímulos sociais, escolares ou midiáticos , por exemplo, para denúncias à Justiça sobre o descumprimento de leis nesse sentido, como a lei de cotas para contratação de deficientes nas empresas.       Infere-se, portanto, que é imprescindível a disponibilidade de vagas de emprego, a fim de promover o bem-estar social. Para que isso ocorra, o Ministério do Trabalho e Emprego deve ofertar cursos de capacitação em todas as áreas, independente de etnia, da condição física e mental, principalmente nos lugares mais necessitados, disponibilizar palestras, e cursos preparatórios para entrevistas de emprego em parceria com profissionais da psicologia e da pedagogia,, para que, a partir da obtenção do saber, esse empenho seja fortalecido e, assim, essa parcela consiga a vaga de emprego que tanto almeja. Paralelamente a isso, o Ministério Público deve intensificar a fiscalização de empresas que estejam em desacordo com as leis trabalhistas, punindo  severamente àquelas que não cumprirem, por exemplo,com a cota para deficientes ou que não acatarem com as normas de segurança.