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Enviada em: 19/07/2018

No poema "O operário em construção", o modernista Vinícius de Moraes valoriza e retrata o trabalho como base da vida humana. Hodiernamente, apesar de possuir um significativo papel social, diante das recessões econômicas, o trabalhador encontra-se sujeito ao desemprego o que fragiliza  as relações trabalhistas. Nesse contexto, há dois fatores que precisam ser levados em consideração no que tange ao problema: o pouco investimento em capacitação e a flexibilização das leis.         Em uma primeira análise, é válido salientar sobre a desvalorização de aplicação estatal na profissionalização do trabalhador advindo de raízes históricas. Nesse sentido, no século XVIII, com a Revolução Industrial houve a substituição das manufaturas por maquinofaturas e os atuantes no sistema produtivo ficaram alienados frente as mudanças - como fica evidente no filme "Tempos Modernos". É notório a persistência dessa adversidade diante da evolução tecnológica constante, o não estímulo a especialização faz com que os indivíduos tornam-se obsoletos e percam seus postos de trabalho o que culmina nas altas taxas de desemprego e contraria o direito ao trabalho presente na Constituição de 1988.           Outro aspecto a ser considerado representa as mudanças nas relações trabalhistas como as propostas pelo presidente Temer que visam tornar, principalmente, o predomínio do negociado sobre o legislado. Consoante as ideias do sociólogo prussiano Karl Marx as relações capitalistas geram disparidades e corrupção moral, assim, priorizando as lucratividade entre os empresários, os trabalhadores perderão os vínculos laborais e, consequentemente, ficarão em uma maior sensação de insegurança por não terem todos os seus direitos consolidados na legislação. Sob tal ótica, a preferência por mercados informais torna-se mais atraente o que simboliza um retrocesso legislativo e econômico.             A fim de que se reverta esse cenário preocupante, portanto, é pertinente a atuação do Ministério do Trabalho no estímulo à capacitação dos profissionais através da oferta de cursos e bolsas de ensino gratuitas para que o trabalhador consiga acompanhar as transformações tecnológicas. Soma-se a isso, o Governo Federal deve revisar a proposta de alterações nas leis trabalhistas, contando com a presença e participação da massa trabalhadora no processo no intuito de que não haja conflito de interesse que beneficiem os empregadores. Espera-se que, assim, o trabalho retratado por Vinícius continue sendo valorizado por ser a base de tudo.