Materiais:
Enviada em: 19/07/2018

Em muitos países da América Latina,inclusive o Brasil,houve uma série de eventos que desencadearam uma hipertrofia do setor terciário da economia e,consequentemente,um aumento das taxas de desemprego,bem como o aumento do trabalho informal.Com isso,iniciou-se mudanças nas relações trabalhistas,no século XXI,baseadas em políticas neoliberais,gerando,muitas vezes,perda de direitos sociais.Por isso,ações que visem amenizar os prejuízos desse quadro são necessárias.  A princípio,é interessante analisar alguns fatores que contribuíram para o crescimento acelerado do setor ligado a serviços e posterior aumento do desemprego no Brasil.Um deles foi a Revolução Verde que favoreceu a intensa mecanização do campo e,assim,um intenso êxodo rural que proporcionou uma maior oferta de mao de obra do que as cidades foram capazes de absorver.Além disso,com o advento da Terceira Revolução Industrial houve o predomínio da automatização das máquinas,dispensando grandes contigentes de trabalhadores que não detinham uma maior qualificação.Desse modo,tais aspectos geraram,infelizmente,um expressivo contigente de força de trabalho ociosa que recorreu,muitas vezes, aos serviços informais devido a diferentes fatores,tais como a falta de incentivo para abertura de pequenas empresas pelo Estado,por meio do excesso de burocracias e impostos para essa finalidade.   Outrossim,é relevante destacar como a hipertrofia do setor terciário junto a outros eventos,como as recentes crises do capitalismo,provocaram significativas mudanças nas relações trabalhistas.Nesse sentido,é fundamental notar que a partir de um processo de especulação imobiliário no qual houve uma maior oferta do que demanda nos Estados Unidos,iniciou-se uma crise financeira em 2008 que se espalharia para diferentes países,como Portugal,Espanha e Grécia,chegando mais tarde,por volta de 2015,ao Brasil.Com isso,houve a adoção de medidas em bases neoliberais para tentar reverter esses problemas econômicos,ou seja,redução da participação do Estado em serviços sociais essenciais,como na saúde e na educação,ou ainda reformas em benefícios trabalhistas,o que é preocupante,visto que são direitos que foram conquistados por meio de muitas lutas e reivindicações,como greves e manifestações,ao longo da história do país.   Em suma,depreende-se que as reformas trabalhistas não são a melhor alternativa para reduzir as taxas de desemprego,principalmente por comprometer direitos sociais fundamentais.Por isso,cabe ao Estado incentivar maior abertura de pequenas empresas,por meio da flexibilização da burocracia e incentivos fiscais,pois isso reduziria o desemprego,bem como absorveria maior parte do mercado informal,a fim de aumentar a arrecadação de impostos que poderiam ser reinvestidos em outras áreas.