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Enviada em: 20/07/2018

Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o direito ao trabalho e à dignidade humana, na  prática, os altos índices de desemprego, as relações trabalhistas que defendem, cada vez menos, os direitos dos trabalhadores e a abstenção do governo diante do problema revelam o contrário. Com um número de desempregados atingindo aproximadamente 14 milhões de cidadãos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e a flexibilização das leis trabalhistas os brasileiros fazem o que podem para sobreviver, elevando a taxa de trabalho informal. Assim, cabe analisar a problemática do desemprego e das relações trabalhistas no século XXI.   Quando Karl Marx afirma que "o governo do Estado Moderno é apenas um comitê para gerir os negócios comuns de toda a burguesia”, ele não só descreve a época em que viveu, mas também a atual realidade brasileira, em que o desemprego é intensificado pelas crises econômicas e pelas relações trabalhistas que quase sempre desfavorecem o proletariado. A nova Lei Trabalhista aprovada no ano de 2017 no Brasil permite a negociação de direitos entre empregados e patrões, no entanto, é notório que governantes e grandes empresários se aliaram em um jogo político para lucrar mais ao explorar a classe trabalhadora. Isso revela a validade do pensamento marxista até os dias atuais, em que os direitos garantidos pela Constituição Cidadã se enfraquecem.   Outrossim, a corrupção encontrada em todos os setores da sociedade brasileira, somada a irresponsabilidade dos governantes na administração do dinheiro público e à ausência de credibilidade do Brasil em outros países prejudicaram demasiadamente a economia do país. A crise econômica e política desencadeada por tais fatores afeta, principalmente, os trabalhadores de baixa e média renda do país, que além de pagarem altos impostos, muitas vezes, mesmo com uma boa qualificação não conseguem encontrar empregos. Essa situação revela a dimensão do imbróglio do país e a urgência na sua resolução.   É evidente, portanto, a necessidade de medidas que mitiguem o impasse. Cabe ao Ministério do Trabalho aliado aos outros órgãos governamentais responsáveis criarem um plano de incentivos fiscais para que as grandes empresas voltem a contratar funcionários, bem como criar projetos que ofereçam cursos profissionalizantes para os cidadãos, a fim de que esses tenham condições de entrar no mercado de trabalho. Ademais, promover uma abertura na economia e um plano de ajuste fiscal também são alternativas viáveis para melhorar a entrada de capital no país, com o objetivo de superar a crise econômica.