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Enviada em: 22/07/2018

É certo que, com o advento da 3° Revolução Industrial e a expansão da globalização, o mundo sofreu grandes mudanças. Dentre elas desta-se a nova configuração das relações trabalhistas, em que a exigência de qualificação é ascendente e os efeitos do incremento tecnológico nem sempre é positivo, como visto com a intensificação do desemprego estrutural. Nesse contexto, é crucial analisar como a escassa qualificação profissional e o crescente mercado informal impactam o cenário trabalhista.          É válido considerar, antes de tudo, o desenvolvimento tecnológico fator de crescimento do desemprego.Isso porque o novo modelo industrial se caracteriza pela mecanização da produção e pela informatização dos serviços, culminando na substituição da mão de obra humana. Além disso, tal modelo é cada vez mais regido pelo conhecimento,o que torna a qualificação profissional imprescindível. Entretanto,quando o indivíduo não acompanha o progresso do conhecimento, o perverso mundo globalizado,conforme defendeu Milton Santos, trata de excluí-lo do mercado de trabalho, ampliando a marginalização social.         O atual quadro de 192 milhões de desempregados no mundo,segundo a Organização Internacional do Trabalho, torna-se ainda mais grave quando se considera que o consumismo, gerado pelo gasto salarial do trabalhador, é o motor da economia. Sendo assim, com um número tão grande de desempregados, a inexpressividade do mercado é crescente, o que não fomenta o fim do ciclo de pobreza caso não haja intervenções externas. Nesse caso, a alternativa encontrada por muitas pessoas é o trabalho informal, no qual o trabalhador carece de direitos sociais e,assim, não se mostra solução para a problemática. Não obstante, o Estado está entre os principais responsáveis pelo crescimento do mercado informal, visto que é autor das repulsas à regularidade: o excesso de tributos e a burocracia da legalidade. Contrariamente, o Estado sofre por não arrecadar impostos  na proporção que deveria com a legalização trabalhista.             Torna-se evidente, portanto, a iminência de aprimorar as relações trabalhistas. Para isso, é essencial que o governo federal, em parceria com as prefeituras, estenda o acesso às escolas técnicas, como o Sebrae, para todo o Brasil, a fim de assegurar a inserção do indivíduo no mercado de trabalho por meio da qualificação. Ademais, o Ministério do Trabalho deve atuar em prol da regulamentação dos trabalhadores informais, ao desburocratizar e incentivar o exercício das microempresas, atestando os direitos desses indivíduos. Desse modo, o mundo trabalhista trilhará o caminho da democracia.