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Enviada em: 23/07/2018

Há 500 anos uma potencial colônia de exploração, o Brasil tem, hoje, alguns índices econômicos comparáveis a nações desenvolvidas, como é o caso da taxa de desemprego. Tal dado positivo, no entanto, mascara a realidade da falta de vagas e da grande parcela de postos informais no país, consequência de uma combinação de falha na administração pública e enraizamento do pensamento oligárquico nas relações sociais.      Inicialmente, a grande dificuldade de criação de empregos deriva da má aplicação dos recursos públicos, envolvidos, sobretudo, em diversos esquemas de corrupção. O aprisionamento da riqueza nacional em mãos criminosas impede seu uso em melhoramentos estruturais necessários ao país, e, consequentemente, a geração de postos que levariam a cabo tais projetos. A nação, assim, é explorada por grupos isolados, em detrimento da maioria de sua população.      Outro elemento que muito contribui para a falta de vagas é a própria inerência do problema ao modelo de economia capitalista vigente. A ausência de oportunidades impulsiona o indivíduo a aceitar ofertas de baixa qualidade e remuneração, o que garante um maior corpo laboral ao empregador a menor custo, gerando-lhe mais lucro. Na nação brasileira, marcada por profundas desigualdade sociais, esse mecanismo mantém o poder de poucos pelo preço da subordinação de toda a sociedade.       Portanto, a fim de potencializar a qualidade e os números do mercado laboral brasileiro é preciso estimular a criação de vagas e equilibrar as relações trabalhistas. Em esforço conjunto entre Ministérios da Justiça e do Trabalho e sindicatos, é necessário orientar a redistribuição de recursos envolvidos em esquemas de corrupção para a geração de novas posições em áreas de alta demanda de investimento como saúde, habitação, mobilidade urbana e manejo do lixo. O mesmo grupo deve intervir no desenvolvimento de contratos empregatícios saudáveis, de forma que a sociedade se beneficie do crescimento empresarial em lugar de ser sacrificada por ele. Assim, o Brasil encaminha-se para uma melhor situação ocupacional de seus cidadãos, posicionando-se como sentinela de seus direitos e não uma fonte de exploração de alguns poucos como era há 500 anos.