Materiais:
Enviada em: 23/07/2018

"O importante não é viver, mas viver bem". Segundo Platão, a qualidade de vida tem tamanha importância que ultrapassa o sentido da própria existência. Entretanto, essa não é uma realidade para os desempregados e futuros trabalhadores brasileiros, que padecem pela reestruturação empregatícia. Com isso, ao invés de agir para tentar aproximar a prática descrita por Platão da vivenciada por esses indivíduos, a débil governabilidade e o óbice econômico acabam contribuindo para a vil situação atual.         Convém ressaltar, a principio, que devido a gestão pífia e macróbia o país tem elevado contingente populacional desempregado, em consequência esses cidadãos, muitas vezes, se estabelecem no setor informal e não usufruem de direitos trabalhistas, já o Governo arrecada menos impostos sendo essa uma das dificuldades de ingresso no setor formal. Essa conjuntura, de acordo com os ideais do contratualista Jonh Locke, alude ao "contrato social" e suscita sua violação, uma vez que o Estado não cumpre a sua função de garantir que tais indivíduos gozem de direitos assegurados pela constituição, como o trabalho. Dessarte, diante do imbróglio cenário marcado por administrações defeituosas há uma desproporção entre o posicionamento de Platão e o adotado no país.         Além disso, devido à processos estruturais a miséria é usada como âncora inflacionária, ou seja, com mais desempregados o poder de compra é reduzido e a inflação minimizada, com efeito o problema econômico é perpetuado, sendo a situação agravada pelas novas leis trabalhistas que fragilizam o empregado. Nesse contexto, a situação caótica funciona como a primeira lei de Newton, a lei da inércia, a qual afirma que um corpo tende a permanecer em movimento até que uma força suficiente atue sobre ele mudando-o de percurso, no caso tornando ínfimo o número de inativos. Desse modo, a árdua situação laboral é uma adversidade pública que reduzida ampliará o acesso à cidadania e corrobora o pensamento de Platão.         Evidenciam-se, portanto, significativos empecilhos na redução do desemprego e na adequação das relações trabalhistas no Brasil. Por conseguinte, o Ministério do Trabalho deve reduzir a burocracia e os tributos relacionados à contratação e manutenção dos funcionários, por meio de um projeto de Emenda Constitucional, que tenha prioridade no trâmite legal, para que haja facilidade na inserção no mercado formal, pois assim haverá maior número de empregados na esfera oficial. Outrossim, ONGs podem disponibilizar cursos e realizar palestras, por meio da internet ou de feiras, com o intuito de informar a população sobre as diversas alternativas de emprego e a capacitar para tal. Aumentam assim as chances de se alcançar uma cidadania pragmática e plural em que os cidadãos não apenas viverão, mas viverão bem.