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Enviada em: 23/07/2018

Salário mínimo, carteira de trabalho, jornada de oito horas, férias remuneradas, previdência social e descanso semanal são alguns exemplos dos direitos garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) no governo de Getúlio Vargas. Esse conjunto de regras que tinha como objetivo de proteger o trabalhador não se estende para significativa parte da população economicamente ativa, uma vez que encontram no setor informal uma saída para o desemprego. Logo, é imperativo entender e aceitar o atual contexto das relações trabalhistas para, assim, adaptar-se a essa nova economia compartilhada.       Convém ressaltar,a princípio,que as novas Tecnologias da Informação e Comunicação -TICs- vêm alterando as relações e os ambientes de trabalho no século XXI. Isso porque, a chegada de serviços como Uber e Netflix trouxe inúmera vantagens aos usuários de táxis e locadoras,respectivamente. Estes não precisam sair de casa e gastam menos para assistir filmes e séries, aqueles contam com um serviço mais rápido e seguro.O fenómeno não se restringe a esses dois serviços. Docway(saúde), Dogwalk(passeadores de cachorros),Singu( estética) e Easy Carros(manutenção automotiva) são exemplos desse movimento de uberização do trabalho, que oferece mais  liberdade ao trabalhador e comodidade ao consumidor.       Se por um lado essa economia compartilhada impulsiona alguns negócios,uma parte dos trabalhadores se sente ameaçada.Nesse sentido,a desvalorização do trabalho formal faz donos e funcionários de unidades físicas serem desonerados por esse novo modelo, no qual tempo livre é uma forma de ganhar dinheiro.Para esses reacionários competitividade tem saldo negativo.Desse modo,a questão não é combater os novos modelos de trabalho, mas sim adaptar-se a eles.Um belo exemplo disso é o da Rede Globo de televisão, que apesar de ser líder de audiência viu na concorrência com a Netflix uma possibilidade de mudança, criando o aplicativo da Globo Play e se adaptanto às novas necessidades do consumidor.        Infere-se, portanto, que muitos profissionais e clientes já estão se beneficiando das novas oportunidades e facilidades proporcionadas pelas novas tecnologias.Para acompanhar esse ritmo, as empresas, tanto públicas quanto privadas devem buscar aprimorar seus serviços por meio do investimento em qualificação de profissionais, divulgação e promoção, de maneira facilitada, de acesso aos portadores de serviços.O objetivo é facilitar o acesso ao profissional, impulsionar  desenvolvimento econômico, aumentar a oferta com preços mais acessíveis e, com isso, impedir a dominação de um grupo seleto no mercado.Ademais,para que a legislação possa acompanhar essas mudanças, cabe ao Poder Público regulamentar as atividades e os trabalhadores dessa nova era.