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Enviada em: 17/03/2019

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, se vangloria em suas "Mémórias Póstumas" por ter tido uma vida parasitária, sem trabalho. Em contrapartida, o homem hodierno tem lutado para manter uma relação de mutualismo com o mercado de trabalho, já que a Terceira Revolução Industrial teve como um de seus efeitos a substituição de mãos de obra por máquinas.Dessa forma, pode-se analisar as consequências que a globalização causou nas relações trabalhistas no século XXI, como o aumento na taxa de desemprego e o crescimento do trabalho informal. Primeiramente, ao afirmar que a globalização trouxe o avanço das tecnologias para o mundo atual, nota-se que a substituição de funcionários pela robótica é uma das principais causas de desemprego no país. Segundo Karl Marx, o trabalho é a atividade pela qual o ser humano produz a sua própria existência. Partindo desse pressuposto, percebe-se que a ideia de Marx faz total sentido, uma vez que o aumento na taxa de desemprego afeta diversas famílias e assim suas necessidades básicas são comprometidas. Por conseguinte, a precariedade na saúde e educação desses indivíduos é cada vez mais acentuada, visto que não possuem suporte financeiro para arcar com tais cuidados. É válido destacar, ainda, que o aumento da taxa de desemprego, somado ao aperfeiçoamento das tecnologias de informação, proporciona grandes avanços aos profissionais que trabalham no ramo informal dadas as vantagens que lhes são garantidas. Cabe mencionar a crescença dos influenciadores digitais nos últimos anos, que atuam em quaisquer ambientes, não têm gastos com transporte e alimentação e ainda são subordinados a si mesmos. Entretanto, o crescimento dos serviços sem vínculos formais, tem impacto direto no sistema previdenciário, visto que a ausência de contribuição afeta negativamente a economia de um país, com destaque para os aposentados e pensionistas que dependem desse seguro.  Portanto, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar a qualificação do indivíduo no ramo trabalhista, já que o avanço tecnológico requer mão de obra especializada. Desse modo, cabe ao Ministério da Educação em parceria com os segundo e terceiro setores, a criação de um programa de convivência no mercado de trabalho inerente à grade escolar, com a ministração de palestras, visitas a espaços laborais de diferentes ramos, como: marketing, saúde, militar, entre outros, a fim de incentivar a população à capacitação profissional tanto na esfera formal, quanto na informal e garantir a entrada desses no mundo dos negócios, diminuindo a taxa de desemprego e equilibrando o sistema previdenciário. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país preparado para atender às demandas da globalização, não exaltando o ócio, como Brás Cubas o fez.