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Enviada em: 23/03/2019

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, se vangloria em suas "Memórias Póstumas" por ter tido uma vida parasitária, sem trabalho. Em contrapartida, o homem hodierno luta para manter uma relação de mutualismo com o mercado de trabalho, já que a Terceira Revolução Industrial teve como um de seus efeitos a substituição de mãos de obra por máquinas. Dessa forma, pode-se analisar as consequências que a globalização causou nas relações trabalhistas no século XXI, como o aumento na taxa de desemprego e o crescimento do trabalho informal.   Primeiramente, ao afirmar que a globalização trouxe o avanço das tecnologias para o mundo atual, nota-se que a substituição de funcionários pela robótica é uma das principais causas de desemprego no país. Segundo Karl Marx, o trabalho é a atividade pela qual o ser humano produz a sua própria existência. A partir desse pressuposto, percebe-se que a ideia do filósofo faz total sentido, já que o aumento na taxa de desemprego afeta diversas famílias e assim suas necessidades para sobrevivência são comprometidas. Por conseguinte, a precariedade na saúde e educação desses indivíduos é cada vez mais acentuada, visto que não possuem suporte financeiro para arcar com tais cuidados. Logo,os hospitais e escolas sofrem com superlotações, de modo a afetar diretamente a população.   É válido destacar, ainda, que o aumento da taxa de desemprego, somado ao aperfeiçoamento das tecnologias de informação, propiciou grandes avanços aos profissionais que trabalham no ramo informal dadas as vantagens que lhes são garantidas. Cabe mencionar a crescença dos influenciadores digitais nos últimos anos, que atuam em quaisquer ambiente, não têm gastos com alimentação e transporte e ainda são subordinados a si mesmos. Entretanto, o crescimento dos serviços sem vínculos formais tem impacto direto no sistema previdenciário. Assim, a não contribuição afeta negativamente a economia de um país, com destaque para o amparo aos aposentados e pensionistas que dependem desse seguro.   Logo, medidas que qualifiquem o indivíduo frente ao ramo trabalhista são necessárias. Deste modo, cabe ao Ministério da Educação em parceria com o segundo setor, a criação de um programa de convivência no mercado de trabalho inerente à grade escolar, com visitas a espaços laborais de diferentes ramos, como: marketing, saúde, militar, entre outros. Desta maneira, a população será incentivada à capacitação profissional tanto na esferal formal, quanto na informal com a garantia da entrada destes no mundo dos negócios, que ocasionará na diminuição da taxa de desemprego e no equilíbrio do sistema previdenciário. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país preparado para atender às demandas da globalização, não exaltando o ócio, como Brás Cubas o fez.