Materiais:
Enviada em: 12/10/2017

Segundo o eminente poeta modernista Carlos Drummond de Andrade, em uma de suas poesias, havia uma pedra no meio do caminho. Aplicando sua textualidade ao Brasil do século XXI observa-se um expressivo obstáculo contemporâneo no meio do caminho da sociedade brasileira: o desemprego. Nessa perspectiva, é urgente considerar a expansão da criminalidade e o aumento dos problemas psicológicos.   De início, é lícito inferir, o alongamento da criminalidade. Uma pesquisa realizada pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo constatou que a estagnação econômica teve ligação direta no aumento da criminalidade. O estudo também analisou as ocorrências policiais mais frequentes. Em três anos, os salários dos paulistanos caíram 19%, a oferta de trabalho em 22% e os furtos e roubos aumentaram em 23%. Logo, cruzando os dados socioeconômicos e criminais, será possível provar que a extrema necessidade – ora de alimentar um filho, ora de se sustentar – pode ser um incentivo ao crime em um momento de carência.    Ademais, destaca-se o aumento do desenvolvimento de doenças psicológicas que podem resultar em suicídio. Prova desse cenário está em um estudo realizado por um grupo de pesquisadores suíços, ao analisarem os dados coletados chegaram à seguinte conclusão: foram registrados cerca de 230 mil suicídios por ano. Desse total, 20% das mortes estão ligados ao desemprego. Os motivos que levam os indivíduos a chegarem nessa situação são diversos, e esses acontecimentos são realmente gravíssimos, uma vez que, uma pessoa desempregada deveria ser apoiada em conseguir um novo emprego e não oprimida por estar afastada do mercado de trabalho.   Com a finalidade de atenuar a questão do afastamento empresarial, é dever, portanto, do governo e da sociedade agir em conjunto e com urgência. Esta precisa fazer uma autoanalise e reconhecer qual o seu verdadeiro talento, a fim de investir nele e torna-lo uma fonte de renda, se sentindo seguro no que faz e evitando futuros problemas psicológicos; aquele tem o compromisso de continuar investindo em cursos profissionalizantes como, por exemplo, o PRONATEC, a fim de capacitar mais pessoas e fazer com que as mesmas consigam um emprego. Afinal, como defendeu a ativista Jane Addams, de todos os aspectos da miséria social nada é tão doloroso quando o desemprego.