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Enviada em: 21/08/2018

O período das Grandes Navegações, ao longo dos séculos XV e XVI, foi marcado pelo anseio europeu por matérias primas oriundas do meio ambiente. Embora date de séculos atrás, o intenso fluxo da retirada dos recursos naturais no planeta, em pleno século XXI, sugere as mesmas conotações de sua origem: o consumo irresponsável e insustentável. No entanto, o atual panorama da sociedade moderna pós-industrial, caracterizado pelo consumo exacerbado, atrelado aos anseios capitalistas por lucro a qualquer custo, dificultam a resolução da problemática.       Em primeiro lugar, é de amplo conhecimento que a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, modificou o cenário das relações humanas, sobretudo nos meios de produção. Com a implantação das máquinas nos setores produtivos, houve um aumento sem precedentes na quantidade de mercadorias geradas, o que resultou em mudanças no comportamento social no que diz respeito aos hábitos de consumo. Nessa perspectiva, concomitantemente ao pensamento de Rousseau, filósofo este o qual afirmava que "o homem é produto do meio", a ideologia capitalista que se desenhava, trazendo o consumo como forma de "progresso social e econômico", fez com que a sociedade como um todo aderisse ao modo de vida consumista, o que resultou, cada vez mais, na degradação ambiental.      Simultaneamente a isso, algumas indústrias de bens de consumo, visando o lucro a qualquer custo, fazem uso se estratégias empresariais não compatíveis com o princípio da sustentabilidade. Nesse âmbito, pode-se citar o Ciclo da Obsolescência Programada, uma característica do modo de produção Taylorista o qual estabelece um "tempo de vida útil" aos produtos não duráveis, o que resulta em um maior consumo, visto que, ao se expirar esse tempo, os consumidores são obrigados a adquirirem novas mercadorias. Dessa maneira, os impactos ambientais oriundos do desmatamento excessivo tem gerado diversos problemas para a humanidade, como o aquecimento global e o assoreamento dos rios, além da abundante produção de lixo que, não raro, contamina o solo e os lençóis freáticos.       Diante disso, fica claro que o consumo exagerado é nocivo para o planeta terra, tornando-se necessário modificar esse cenário. É fundamental, portanto, que o Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, crie, juntamente com as mídias televisivas e digitais, campanhas de conscientização social acerca do consumo sustentável, objetivando informar às massas populares sobre a importância da preservação ambiental, a fim de modificar o atual comportamento consumista e proporcionar um equilíbrio harmônico entre as ações antrópicas e o meio ambiente. Cabe à sociedade exercer seu papel social dando preferência às empresas que produzem mercadorias com matéria prima reciclada, para que, dessa forma, os hábitos nocivos ao planeta sejam definitivamente erradicados.