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Enviada em: 09/10/2018

Para o sul-africano ganhador do Nobel da Paz Desmond Tutu, "Se você fica neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor". Essa citação adequa-se facilmente à mentalidade de milhões de brasileiros, uma vez que preferem ficar alheios às intempéries de cunho ambiental do país, priorizando suas próprias futilidades. Assim, na contemporaneidade, o consumo se apresenta como meio pelo qual os indivíduos manifestam sua existência no mundo. Surge, portanto, a obsessão para com o materialismo supérfluo simultaneamente à desvalorização dos recursos naturais, fauna e  flora.       Mormente, destaca-se o viés abordado pelo escritor Adam Smith em "A Riqueza das Nações", "O consumo é o único propósito/finalidade de toda produção". Tal perspectiva, característica da atualidade, assemelha-se à Revolução Industrial, em que a natureza estava reduzida a um bem gratuito e infinito, que há de ser explorado. Destarte, emerge a dinâmica socio-econômica da modernidade: produzir muito para lucrar o máximo possível, sem considerar os impactos ecológicos decorrentes. Tamanho descaso resulta em absurda quantidade de lixo: o Brasil produz cerca de 57 milhões de toneladas anualmente, segundo o IBGE. Apesar disso, as necessárias medidas governamentais não são cumpridas, deixando cidadãos e a natureza à margem de um desenvolvimento industrial desenfreado.       Conforme a corrente ambientalista do Ecossocialismo, "o uso do meio (ambiente) deve beneficiar a sociedade como um todo". Tal raciocínio diverte do presente na política, configurado pelo fisiologismo: interesses e vantagens pessoais-partidárias são priorizadas em detrimento do bem comum. Como o Brasil é um país agro-exportador, a força dos latifundiários é irrefutável: 216 dos 513 parlamentares integram a bancada ruralista. A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) é notória por sua crítica às legislações ambientais, exercendo pressão para que seu setor consiga explorar áreas protegidas. Logo, nota-se o descaso público para com a preservação dos ecossistemas em prol da usura. O corrompido senso de prioridade fere a população em sua totalidade, enquanto uma parcela ínfima é beneficiada.       Levando-se em consideração os argumentos supracitados, é clara a necessidade de medidas governamentais que promovam a harmonia entre o desenvolvimento e a natureza. Primeiramente, o Ministério Da Educação há de estabelecer campanhas e debates académicos que discutam a importância da preservação ambiental, bem como os problemas oriundos do materialismo excessivo e antiético. Além disso, a Câmara deve aprovar projetos que amenizem impactos pejorativos da influência dos grandes proprietários em esfera estatal, na qual há de prevalecer o bem-estar dos contingentes populacional e natural. Dessa maneira, o combate ao desmatamento e exploração imorais acarreta mudanças comportamentais capazes de proporcionar o  desenvolvimento consciente e  sustentável.