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Enviada em: 11/03/2019

No contexto geopolítico da Guerra Fria, o mundo conheceu o ''American Way of Life'', a filosofia estadunidense que tentava convencer o planeta sobre uma suposta superioridade norte-americana e objetivava difundir as práticas aceleradas de consumo da América por todo o globo. Ao traçar um paralelo com a atualidade, percebe-se que a problemática do desequilíbrio entre consumo e sustentabilidade, lamentavelmente perceptível no cotidiano, muito tem a ver com a crença consumista daquele período, o que leva a sociedade a refletir sobre os desafios da questão. Assim, é lícito afirmar que, o capitalismo selvagem das grandes organizações, além da postura inerte de parte da sociedade, colaboram para a perpetuação desse revés.     Convém ressaltar, antes de tudo, que é ingênuo acreditar que grandes empresas não influenciam negativamente a questão. É sabido que, ao visar superávits cada vez maiores e desconsiderar o impacto ambiental de seu produto final, parcela das organizações praticam a chamada ''obsolescência programada'', que torna o artigo ultrapassado em curto e médio prazo. Prova disso são os constantes lançamentos de celulares que, ao trabalhar a ideia de que o objeto atual já está superado, leva milhares de pessoas às lojas. Consequentemente, tal ação pode ocasionar o descarte irregular do aparelho anterior em locais inadequados, como lixo doméstico, por exemplo, o que contribui para a liberação de metais pesados no meio ambiente. Destarte, percebe-se que, mesmo corporações de alto nível falham em desenvolver uma consciência sustentável, que tenha a natureza em primeiro plano.    Outrossim, não há dúvidas de que o comportamento inconsciente de uma fração da sociedade contribui para o impasse. Consideradas os núcleos mais importantes do sujeito na tenra idade, por sua vez, parte das famílias e escolas não se preocupam em fazer crescer no indivíduo um entendimento que combine consumir e preservar. Sob esse aspecto, John Locke diz: ''O ser humano é como uma tela em branco que é preenchida por experiências e influências''. Desse modo, percebe-se que, uma vez que a criança não é estimulada a ter uma visão inteligente sobre hábitos responsáveis de consumo, tende a adotar as condutas da massa, que desequilibram e condenam os ecossistemas.    Faz-se evidente, portanto, que ações são necessárias para alterar essa conjuntura. Para isso, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio de parceria com Universidades que realizem pesquisas sobre logística reversa, deve apresentar às empresas práticas sobre esse tema, como a devolução do produto antigo em troca de descontos na aquisição do novo. Dessa forma, haverá um descarte seguro e menos nocivo do produto. Somado a isso, o MMA deverá realizar nas escolas palestras com ambientalistas e eventos para alunos e responsáveis, que tratarão sobre os impactos do consumo.