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Enviada em: 26/05/2019

Conceitua-se como sustentabilidade a capacidade de sustentação ou conservação de um processo ou sistema, sendo alcançada através do Desenvolvimento Sustentável, termo que surgiu a partir do Relatório de Brundtland no ano de 1987. Contudo, o que ainda se questiona é a possível relação que pode-se estabelecer entre o aumento da produtividade e a preservação dos recursos naturais. Fato desencadeador de frequentes discussões entre os membros de países desenvolvidos e subdesenvolvidos, os quais progressivamente integram a chamada sociedade de consumo e paralelamente buscam soluções para os malefícios ocasionados pela geração passada e atual.   Em princípio, sob a perspectiva histórica, nota-se que o avanço técnico-industrial e a potencialização das vendas em massa contribuíram para que ocorressem mudanças no comportamento social, principalmente, quando se trata do relevante papel influenciador da indústria cultural como abrange Max Horkheimer e Theodor Adorno. Não obstante, a concepção de necessidade tornou-se ultrapassada frente à visão capitalista e alienada de indivíduos no que se refere ao real valor dos bens e a carência em adquiri-los. Um exemplo mediante ao contexto, é o índice de consumidores brasileiros conscientes que se aproxima dos 28%, de acordo com SPC Brasil.   Outrossim, como parte do modelo econômico atual, a estreita durabilidade dos produtos, em especial, dos eletrodomésticos, denominada de obsolescência programada, configura-se como uma das causas do exacerbado consumo humano. Em decorrência de tal circunstância, o Brasil, em 2015, produziu 36% do lixo eletrônico da América Latina, o equivalente a 1,4 milhão de toneladas de resíduos, segundo um estudo da GSMA. Diante disso, percebe-se a ausência de fiscalização e leis punitivas por parte do governo em relação à quantidade de lixos gerados tanto pelos setores industriais quanto pelo contingente populacional, o que destaca uma imediata manutenção dos agentes e hábitos sociais.   Logo, conclui-se que o progresso abre caminhos para novos usos dos meios tecnológicos, mas também auxilia na abstração das consciências individuais e coletivas e na degradação dos recursos naturais. Assim, cabe ao Governo Federal em conjunto ao MMA investir em ciclovias, na reformulação do acesso aos transportes de massa, na alteração da gestão das cidades e em projetos que tenham como foco o aproveitamento das tecnologias para a preservação do meio ambiente, como a criação dos carros elétricos, a fim de beneficiar a população e conciliar sustentabilidade com avanço. Sincrônico a isso, o Poder Legislativo deve propiciar a criação de uma lei que controle a quantidade de resíduos gerados pelos setores produtivos e que estimule a busca por medidas que visem o reaproveitamento dos descartes e a conscientização da sociedade diante das práticas insustentáveis adotadas.