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Enviada em: 17/06/2019

A implantação do modelo de produção Toyotista, disseminado em diversos países do século XX, foi responsável por estruturar as bases do atual padrão industrial de fabricação e consumo, o qual associa o ato de produzir em massa à incitação ideológica ao consumismo pela via publicitária. Dessarte, o principal resultado dessa incitação foi o desequilíbrio gerado entre consumo e sustentabilidade, o qual persiste, atualmente, pelo papel midiático da propaganda industrial, bem como pela ineficiência das políticas públicas de sustentabilidade coletiva.         A princípio, deve-se reconhecer a influência da publicidade para o perfil de consumo social. Segundo a corporativa Greenpeace, hodiernamente, consome-se 1,5 vezes o que o Planeta tem para oferecer. Entretanto, não obstante aos impactos dessa realidade, a postura propagandística das empresas de fornecimento de produtos corroboram à teoria dos filósofos da Escola de Frankfurt e, através da indústria cultural, fomentam ainda mais o aumento dessa taxa, uma vez que essa prática permite-as rentabilidade financeira. Dessa forma, vê-se os meios publicitários como determinantes para a persistência desse desequilíbrio entre consumo e potencialidade de recursos globais apontado pela Organização.        Outrossim, é imperioso destacar o dever governamental para o desenvolvimento sustentável do país. Sobre isso, a Constituição Federal de 1988, no artigo 225, determina as diretrizes para a preservação ambiental, bem como expressa os mecanismos para produção, comercialização e consumo sustentável. Todavia, a posição brasileira entre os principais países poluidores com o consumo de mercadorias do globo e sua produção anual de lixo urbano próxima a cem toneladas evidenciam a inoperância dessas políticas. Logo, a ação do Governo em reavaliar as políticas de conservação do meio ambiente e promover uma consciência coletiva para o consumo sustentável fazem-se urgentes no cenário nacional.     Toda essa discussão, portanto, estabelece uma conduta que requer medidas improrrogáveis a fim de equiparar a relação entre consumo e sustentabilidade no Brasil. Para isso, o Estado, por meio da associação entre o Ministério do Meio Ambiente e o Poder Judiciário, deve criar comissões fiscalizadoras da atividade industrial, no que tange a postura ambiental, estabelecendo polos regionais de controle da produção sustentável. Ademais, através de campanhas publicitárias, nas rádios e escolas, deve facilitar o conhecimento público dos conceitos de reciclagem e sustentabilidade, com apresentações lúdicas e propostas interativas para ações coletivas acerca desse entendimento. Com isso, o Brasil poderá nivelar a relação entre consumo e desenvolvimento sustentável de maneira eficaz.