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Enviada em: 15/10/2017

Da teoria à prática       Desde o Iluminismo, já sabemos (ou deveríamos saber) que uma sociedade só prospera quando um se solidariza com o problema do outro. Infelizmente, essa teoria não se observa na prática. A falta de preocupação com o equilíbrio entre consumo e sustentabilidade é algo alarmante, uma vez que o bem estar das futuras gerações está em jogo. Nesse contexto, entender os verdadeiros motivos desse problema é o melhor caminho para pensar em soluções adequadas.       Em um primeiro plano, a sociedade enraíza cada vez mais o hábito de consumir desenfreadamente em sua vida cotidiana. Indivíduos se deixam levar pela criação de novas necessidades, às quais são saciadas somente com a aquisição de novos produtos, os quais se tornam obsoletos da noite para o dia. Não existe uma preocupação com a quantidade de recursos naturais que devem ser extraídos para alimentar essa grande demanda, o que leva as empresas, mais preocupadas a vender, a não elaborar estratégias de produção mais sustentável. Como consequência, observa-se um aumento significativo na geração de lixo não reciclável, exigindo que se retire ainda mais da natureza.       Sob outro aspecto, o Poder Público não dá a devida atenção à questão da sustentabilidade mediante o aumento do consumo. São pouquíssimas, e pouco eficazes, as leis que regulamentam a obtenção de recursos naturais. Além disso, a fiscalização à empresas desrespeitam as normas de extração sustentável e que descartam seus resíduos de forma irregular é precária, abrindo uma avenida para as agressões ao meio ambiente. Mais grave ainda, praticamente não há investimento em ciência e tecnologia para o desenvolvimento de materiais que exijam menos da natureza e que possam ser mais facilmente reciclados. Com o passar do tempo, vai ser cada vez mais complicado reverter uma situação de esgotamento de recursos naturais, prejudicando significativamente as gerações futuras.       Nota-se, portanto, a necessidade de se intervir na questão do desequilíbrio entre consumo e sustentabilidade. Para tal, o Poder Público necessita elaborar e aplicar leis com punições severas às empresas que agridem o meio ambiente, assim como fortalecer os órgãos de fiscalização. O mesmo deve desprender mais verbas em pesquisa para que se possa inovar em tecnologias de extração e produção que exijam menos da natureza e sejam menos poluentes. Ademais, ONGs podem estabelecer parcerias com escolas, promovendo palestras e debates, alertando sobre os riscos do consumo excessivo em detrimento do que a natureza pode providenciar. Não existe solução mágica. O que existe é a necessidade de muito empenho solidário para, finalmente, fazer a teoria iluminista se apresentar na prática.