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Enviada em: 18/03/2017

Desde a implantação do atual modelo capitalista - após a Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no século XVIII - diversas discussões surgem acerca da relação entre consumo e sustentabilidade. Ao analisar a problemática, pode-se observar que o inescrupuloso incentivo ao consumo desenfreado acarreta diversos prejuízos à natureza, gerando um explícito desequilíbrio. O filósofo Aristóteles afirmava que o ser humano deve buscar sempre a justa medida, para que o equilíbrio seja alcançado. Desse modo, faz-se necessária a implementação de medidas socioeducativas e punitivas capazes de atenuar a situação e garantir um modelo de vida sustentável aos seres humanos e à natureza.      Em primeiro plano,é necessário ressaltar a relevância da busca incessante por lucros como uma causa do referido desequilíbrio. O incentivo, por parte das empresas, ao consumo inconsciente e desenfreado fomenta um modelo consumista característico da atual sociedade, no qual os indivíduos passam a observar apenas os benefícios imediatos, sem preocupações relevantes acerca dos danos a longo prazo. Nesse sentido, tal postura - impulsionada pelas propagandas apelativas - é responsável por ocasionar o excesso de lixo, fomentando o descarte inadequado de resíduos. Vale citar, ademais, o aumento na emissão de poluentes, uma vez que a produção tem que aumentar (segundo a lei da oferta e da procura, defendida pelo filósofo iluminista Adam Smith).      Por conseguinte, diversos prejuízos são gerados à natureza, posto que a relação entre esta e o modelo consumista supracitado se torna insustentável. O lixo excessivo gerado - decorrente do ato de incentivar o consumidor a simplesmente "jogar fora" os produtos ultrapassados, sem analisar que o referido "fora" não existe - aumenta a quantidade de lixões a céu aberto, os quais são focos de doenças e poluem solos e cursos d'água. Outrossim, a necessidade de aumentar a produção faz com que as empresas percam o senso dos riscos gerados ao meio ambiente, podendo ocasionar desastres ambientais como o ocorrido na cidade de Mariana. É perceptível, assim, que os danos ultrapassam os limites humanos e atingem a natureza de forma geral e irrestrita.      Torna-se clara, portanto, a necessidade da implantação de medidas capazes de fomentar o consumo consciente e assegurar a sustentabilidade entre este e a natureza. Em vista disso, o Ministério da Educação - juntamente à mídia - deve propor campanhas que visem ao aumento do senso crítico dos indivíduos acerca do consumo responsável, por meio de aulas e propagandas conscientizadoras. Adicionalmente, o Ministério do Meio Ambiente precisa ser mais rigoroso com as atitudes das empresas, por meio do aumento da fiscalização. Dessa forma, a longo prazo, o equilíbrio aristotélico será alcançado e a sustentabilidade entre consumo e natureza, assegurada.