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Enviada em: 22/07/2017

A mecanização do setor têxtil inglês, na segunda metade do século XVIII, deu início à Revolução Industrial e a produção em massa. Hoje, no Brasil, têm-se um consumo de bens superior aos recursos naturais disponíveis. Tal situação é decorrente da falta de investimentos governamentais em reutilização de materiais, bem como, do descarte inadequado de resíduos.       A ausência de usinas de reciclagem contribui para o não aproveitamento dos recursos já extraídos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, de 2008, apenas 3% do lixo produzido pelos brasileiros é aproveitado. Ou seja, quase todo o resíduo gerado é descartado na natureza, gerando prejuízos ambientais, econômicos e incentivando a extração demasiada de matérias-primas cada vez mais escassas. Dessa forma a quantidade de produtos sem reutilização ainda é grande.       Outrossim, convém frisar que a eliminação incorreta do lixo é importante fator para a perda de sustentabilidade. Estudos em separação de substâncias ao nível molecular são conduzidos em diversas Universidades do mundo, sua finalidade é isolar matéria-prima, mesmo em sistemas heterogêneos. Contudo, essa não é uma tecnologia aplicável atualmente, tornando a separação adequada dos rejeitos o processo mais exitoso na luta contra o consumo desenfreado de insumos virgens.       Por todos esses aspectos, percebe-se que a atenuação do desequilíbrio entre consumo e sustentabilidade só ocorrerá com a mobilização da população e do Estado. É imprescindível que o Governo Federal, aliado ao Ministério do Meio Ambiente, incentive a criação de indústrias de reciclagem, isso pode ser feito com linhas de crédito mais acessíveis aos empresários com pretensões de atuar no ramo. Além disso, os mesmos agentes devem investir na criação de postos de coleta seletiva em municípios interioranos e regiões periféricas, aumentando, dessa maneira, a eficiência das usinas. Logo, poder-se-á afirmar que o Brasil oferece os mecanismos à mitigação dessa problemática, fazendo da produção em massa não mais uma vilã.