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Enviada em: 01/08/2017

A reflexão sobre o avanço do consumismo tem alcançado notório destaque nas pautas de discussões sociais. Em razão das facilidades do poder de compra junto à influência da mídia, a compra em demasia vem caracterizando a população brasileira e com isso, gerando mais lixo nas cidades. Dessa forma, é necessária uma compreensão abrangente das causas e efeitos a fim de que se possa intervir nessa questão.   Avaliar aspectos culturais do passado é um relevante exercício para o entendimento do presente. Nesse sentido, importa rememorar que a revolução industrial possibilitou o desenvolvimento econômico e o aumento da escala de produção. Tal contexto é, pois, fator decisivo para compreender que o consumismo desenfreado é consequência das indústrias que produzem produtos poucos duráveis como forma de incentivar as pessoas a consumirem mais e também devido às facilidades de créditos disponíveis no mercado para os consumidores.   Por meio dessa lógica, com o crescimento do consumo desordenado, preocupa-se o fato do aumento do número de lixo nas últimas décadas no país. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a taxa de produção de lixo foi 5 vezes maior que o crescimento populacional entre 2003 e 2014. Esse panorama permite compreender que a persuasão da mídia em estimular o consumo contribui nas atitudes das pessoas em relação ao descarte dos produtos de forma mais rápida para poderem comprar mais e assim, produzindo mais lixo. Não obstante, o descaso do governo com o destino do lixo é refletido na falta de locais para a prática da reciclagem. 30% do volume dos detritos têm potencial para ser reutilizado, porém apenas 3% é reciclado no país, ainda de acordo com a Abrelpe.  Intervir nas necessidades do consumismo no Brasil é, portanto, indispensável para promover as transformações sociais desejadas. Nessa perspectiva, é fundamental que o Ministério da Educação implante na grade curricular das escolas matérias que tenha o objetivo de educar os alunos para que tenham um consumo consciente. É preciso também que o governo aumente o número de postos de reciclagem para que assim, junto com a mídia, realizem campanhas com o intuito de incentivar a separação e o descarte correto do lixo pela população. Deste modo, acredita-se que o Brasil conseguirá conciliar consumo e sustentabilidade.