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Enviada em: 16/10/2017

O conceito de ''modernidade líquida'' proposto pelo autor contemporâneo Zygmunt Bauman levanta questões acerca da transitoriedade e inconsistência das relações humanas, concomitantemente esse conceito ilustra fielmente o cenário consumista hodierno. Dessa forma, a lógica capitalista, advinda do pós revolução industrial e que visa o lucro a qualquer custo, tem alimentado o consumo desenfreado e negligenciado o equilíbrio ecológico e a sustentabilidade em todo o planeta. Com isso, cabe refletir acerca das nuances desse problema e de que forma ele se reflete na sociedade brasileira.  Em primeiro lugar, a lógico do acúmulo de bens, atrelado ao descuido no tratamento do lixo produzido, caracterizam-se como um entrave ao consumo consciente e à disponibilidade de recursos. Logo, a obsolescência programada, que leva os indivíduos a consumirem cada vez mais, e o ínfimo número de locais adequados para o tratamento desses produtos, coloca em risco a preservação de recursos para gerações futuras e a saúde da população tendo em vista a contaminação de águas subterrâneas. Prova disso são dados do ''Greenpeace'' de 2016, as quais indicam que o homem consome hoje 1,5 vezes o que o planeta pode oferecer.  Além da problemática supracitada, outro fator que perpetua esse cenário consumista preocupante é a mídia. As propagandas, que estimulam a impulsividade, a descartabilidade dos produtos e omitem a origem desses, são as principais responsáveis pela manipulação e controle da sociedade de consumo. Ademais, a sensação de sentir-se bem após realizar uma compra torna ainda mais evidente a dependência da população em relação aos bens materiais, e os efeitos negativos das propagandas em massa sob a qualidade de vida do indivíduo.  Posto isso, para que o sistema capitalista de produção esteja em equilíbrio com a manutenção de recursos disponíveis, o Governo, conjuntamente com o Ministério do Meio Ambiente, deve mostrar-se atuante. Por intermédio da instalação de postos de coleta seletiva em diferentes regiões das cidades, tem-se mitigado os efeitos danosos da disposição inadequada do lixo e facilitado o processo de reutilização da matéria-prima. Além disso, a concessão de incentivos fiscais para empresas sustentáveis, que se preocupam com o processo de produção e reutilizam muitos de seus produtos, estimula uma produção menos agressiva ao meio ambiente e mais responsável. Dessarte, a transitoriedade do consumo será combatida em prol da consistência dos recursos naturais.