Enviada em: 13/10/2017

Os recentes furações Irma, Maria e Harvey são consequências nefastas dos impactos ambientais globais causados pela intensa atividade antrópica iniciada ainda no século XVIII com a revolução industrial. Nesse contexto, o desequilíbrio entre consumo e sustentabilidade apresenta-se como um relevante problema a ser debatido uma vez que ambos são fatores decisivos à sobrevivência ou aniquilação da populações humanas.       Diante disso, é possível afirmar que o consumismo é um comportamento destrutivo vinculado ao status individual das pessoas. Pensando nisso, Zygmunt Bauman, ao refletir sobre as atuais relações humanas, afirmou que "não se pode escapar do consumo: está no seu metabolismo! o problema não é consumir, mas o desejo incontrolável de continuar consumindo". Com efeito, essa necessidade de consumir mais e mais torna-se maléfica por representar um incremento na produção de lixo o que, consequentemente, agrava os efeitos ambientais relacionados à maior produção de resíduos.       Além disso, o planeta não é capaz de suportar demanda de recursos exigidos pelas atuais práticas de consumo. Nesse sentido, Malthus, analisando os sistemas produtivos, afirmou que a produção de alimentos cresce à níveis aritméticos quando comparada ao crescimento populacional que apresenta comportamento geométrico. Dessa forma, consumir sustentavelmente é essencial à sobrevivência humana porque o consumo desenfreado pode levar à escassez de recursos, como alimentos e água, o que, por sua vez, aumenta o risco de conflitos e guerras entre países.       O desequilíbrio entre consumo e sustentabilidade é, portanto, contrário à sobrevivência humana. Dessa forma, cabe aos órgãos governamentais de fomento à pesquisa apoiar estudos que visem o desenvolvimento de tecnologias de reciclagem com maior rendimento e menor custo, bem como à mídia compete a veiculação de campanhas que promovam o consumo responsável e consciente objetivando, desta maneira, o alcance do equilíbrio entre consumo, produção e preservação do meio ambiente.