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Enviada em: 29/10/2017

Compro, logo existo       É incontestável que a ideia de consumo é inerente à vida humana. Desde 1914, o empresário Henry Ford criara o fordismo, um sistema de produção em massa cujo objetivo era atender a crescente demanda de consumo. Hoje, porém, essa lógica consumista parece persistir. Seja pela conturbada relação consumidor-produto ou até mesmo pelas drásticas consequências ambientais, a conciliação entre consumo e meio ambiente está longe de se concretizar.       Em primeiro lugar, antes de tudo, é necessário destacar a interação entre o produto e o comprador. Segundo o sociólogo Karl Marx, a produção ganha tal status econômico pela vontade humana que é fetichizada. Isto é, a mercadoria passa a ser objeto de adoração e então ocorre uma inversão, onde tornamo-nos sujeito-objeto enquanto que o objeto torna-se sujeito desse vínculo. Nesse sentido, o indivíduo é coagido a consumir em demasia e inconsequentemente, uma vez que fora influenciado por essa perversa lógica. Assim, parafraseando a máxima do filósofo Descartes: o sujeito consome, depois existe.       Por outro lado, a postura social contemporânea contribui para os desiquilíbrios naturais. Utilizando o conceito do sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos em uma modernidade líquida essencialmente individualista, onde a busca pelos prazeres pessoais sobrepõem-se ao coletivo. Dessa maneira, o homem hodierno egoísta consome exacerbadamente, despreocupando-se com os resultados que pode gerar. Esse impulso de consumo é ainda intensificado pelo Ciclo de Obsolescência Programada (COP), criado por Alfred Sloan durante o toyotismo na intenção de limitar a vida útil de automóveis na época. No entanto, essa estratégia vigora até hoje e tem reflexo, por exemplo, no acúmulo de resíduos sólidos que são descartados incorretamente.       Mediante os fatos supracitados, fica claro portanto, que o consumismo é algo a ser superado em sociedade. Por isso, é indispensável que o Estado ofereça subsídios e promoções às mercadorias sustentáveis a fim de atenuar os impactos. Cabe a escola em parceria com ONGs pró-ambiente, instruções através de palestras e práticas para incutir o respeito ambiental e responsabilidade de consumo desde já nos pequenos. Quanto as indústrias, devem mudar essa postura negativa produtiva e priorizar a produção de baixo impacto e reutilizável para mudar essa realidade. Já a mídia, com seu alcance propagandístico, pode por meio de campanhas, informar os cidadãos sobre os benefícios do consumo consciente e sustentável. E assim, finalmente, consoantes tais medidas, o equilíbrio entre o meio ambiente e o consumidor será alcançado.