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Enviada em: 01/11/2017

Sonho ufanista              Na obra pré-modernista “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, do escritor Lima Barreto, o protagonista acredita fielmente que, se superados alguns obstáculos, o Brasil projetar-se-ia ao patamar de nação desenvolvida. Hodiernamente, é provavel que o major Quaresma desejasse pôr fim ao consumo irresponsável, situação lamentável e que atenta contra o desenvolvimento sustentável. Esse cenário perdura, principalmente, pela influência da mídia somada à ganância humana.               Em primeiro lugar, é notório que a atuação negativa dos meios de comunicação está na origem do problema. De acordo com o filósofo alemão Max Horkheimer, a mídia detém o poder de manipular os hábitos de consumo e os valores morais de uma população. Nesse sentido, pode-se observar que propagandas veiculadas em revistas, rádios e sobretudo nos canais de televisão têm por objetivo incentivar o consumo entre os brasileiros, independente dos prejuízos que essa conjuntura pode acarretar ao indivíduo e à sociedade. Por conseguinte, não é razoavel permitir que tamanha persuasão midiatica exista em um Estado democrático.               Além disso, a ambição desenfreada é um agente intensificador desse fenômeno. Segundo Mahatma Gandhi, na Terra há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não há o suficiente para satisfazer a ganância de alguns. Desse modo, muitos indivíduos subvertem seus valores éticos e morais em busca do status que o consumo pode proporcionar. Tal aspecto, longe de ser um inato à natureza humana, é fruto do ideário vigente no Brasil contemporâneo que o ter em detrimento do ser.               Denota-se, portanto, que valorizar a sustentabilidade constitui um sério desafio para o país. Ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária(CONAR), compete zelar pelo conteúdo veiculado na mídia mediante suspensão de propagandas que incentivem o consumismo no publico infantil, objetivando impedir a alienação de crianças que ainda não possuem senso crítico formulado. Paralelamente, as prefeituras municipais, deveram tornar menos lucrativo negócios que não prezem pela sustentabilidade, mediante aumento de 5% no Imposto Sobre Serviços(ISS), com intuito de incentivar as industrias a desenvolverem projetos de proteção ao meio ambiente. Assim, com Estado e sociedade civil unindo forças em prol de um país mais justo e humano, o sonho ufanista do major Quaresma estará mais próximo de tornar-se realidade.