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Enviada em: 14/05/2018

O grande número de pessoas desaparecidas no Brasil é alarmante. A princípio, o desaparecimento pode ser voluntário quando há vontade própria, involuntário quando a pessoa não tem controle sobre a situação ou forçado quando é provocado por outra pessoa. Somado a isso, o Estado ainda não possui uma rede de interação entre os diversos órgãos de segurança da federação, a fim de obter um registro geral de desaparecidos. Nesse sentido, políticas públicas mais efetivas aliadas a tecnologia poderão ajudar à solucionar diversos desaparecimentos.      Conforme informação do Fórum Brasileiro de Segurança, nos últimos dez anos, oito pessoas desapareceram por hora no Brasil. A cidade de São Paulo concentra o maior número de desaparecidos, contudo, o Distrito Federal é o que mais registra desaparecimentos, talvez, por ser o único estado a possuir um banco de dados interligado entre asilos, delegacias, hospitais, IML etc. Logo, a interligação de dados contribui para a localização de pessoas sumidas.      É importante mencionar que, forçadamente pessoas desaparecem no Brasil desde o golpe militar de 1964, nesse período, a maioria por causas políticas, hoje, segundo dados do Ministério Publico Federal, o perfil do desaparecido é de adolescente, negro e de periferia, em analogia com o perfil de vítima de homicídio. Estes dois exemplos se entrelaçam, pois a violência policial que resulta em morte de civil é amplamente divulgada no país.         Em suma, a angústia causada por desaparecimento de um ente querido é grande e há necessidade de intervenção pública. E esta, deverá ser de iniciativa do Ministério da Segurança Pública (MSP) junto a órgãos de inteligência nacional, organizando um banco de dados brasileiro com os registros dos desaparecimentos a fim de esclarece-los. Outra medida do MSP e dos Estados seria o combate à violência policial, com mais treinamento, educação da tropa, triagem psicológica e psiquiátrica efetiva na admissão, para diminuir a violência que esse grupo é responsável.